Sensação de pessimismo persiste no mercado de trabalho qualificado

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Imprevisibilidade econômica, falta de perspectiva de crescimento nas empresas e insatisfação com gestores alimentam o sentimento dos profissionais

 

São Paulo, setembro de 2024 — Neste trimestre, o Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) apontou um aumento no pessimismo em relação ao mercado de trabalho e à economia, tanto para a situação atual quanto para os próximos seis meses. Por outro lado, o PIB brasileiro surpreendeu positivamente, registrando um crescimento de 1,4% em relação ao primeiro trimestre deste ano, superando as expectativas do mercado. As taxas de desemprego também seguiram em queda, mantendo o mercado de trabalho aquecido.

 

Esse resultado, no entanto, reflete um cenário econômico global e nacional repleto de incertezas, com grande influência dos desafios inflacionários enfrentados pelos Estados Unidos, que podem desacelerar o crescimento para controlar a alta dos preços. No Brasil, questões econômicas internas continuam a impactar o ambiente de negócios e a confiança no setor privado.

 

“Diante desse cenário complexo, é natural que o pessimismo cresça. Por isso, é essencial que as empresas adotem estratégias proativas para enfrentar esses desafios e se manterem competitivas. Uma das prioridades deve ser a retenção de talentos e o planejamento das estratégias de recrutamento”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

 

Confiança dos profissionais no mercado de trabalho – consolidado (em pontos)

 

Momento Setembro 2023 Dezembro 2023 Março
2024
Junho
2024
Setembro
2024
Situação atual 37,3 38,2 39,4 38,9 38,0
Próximos seis meses 47,4 46,4 46,8 45,9 44,7

 

Além do resultado consolidado, o ICRH também apresenta os indicadores por categoria. A situação atual melhorou apenas na perspectiva dos Desempregados (+1,0 pp), enquanto Empregados (-2,4 pp) e Recrutadores (-1,1 pp) registraram queda. Em relação à perspectiva para os próximos seis meses, Empregados (-2,7 pp) e Recrutadores (-1,2 pp) se tornaram mais pessimistas, enquanto Desempregados apresentaram uma ligeira alta de +0,2 ponto porcentual.

Além do resultado consolidado, o ICRH também apresenta os indicadores por categoria. A situação atual melhorou apenas na perspectiva dos desempregados (+1,0 pp), enquanto empregados (-2,4 pp) e recrutadores (-1,1 pp) registraram queda. Em relação à perspectiva para os próximos seis meses, empregados (-2,7 pp) e recrutadores (-12 pp) estão mais pessimistas, enquanto desempregados apresentaram uma leve alta de +0,2 pontos percentuais.

 

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os desempregados foram a única categoria a apresentar redução no pessimismo quanto à situação atual. Olhando para os próximos seis meses, 36% dos desempregados acreditam que há maior chance de conseguirem um novo emprego.

 

Recrutadores continuam divididos 

 

Ao analisar o segundo semestre do ano, os recrutadores permanecem divididos: quase metade (48%) não se considera mais empolgada com o que está por vir, enquanto 43% estão mais esperançosos e 9% não souberam responder. 

 

Entre os 43% que estão mais empolgados, os principais motivos são:

 

  • Expectativa de atingir as metas (52%)
  • Projetos sendo desengavetados (47%)
  • Expectativa de estabilidade econômica (26%)
  • Investimentos em tecnologia (23%)
  • Confiança no preenchimento das posições em aberto (20%)

 

Já entre os 48% que não estão:

 

  • Imprevisibilidade econômica (76%)
  • Projetos parados (32%)
  • Resultados aquém do esperado (24%)
  • Não há previsão de abertura de novas vagas (24%)
  • Salários pouco competitivos (18%)

 

Foco na retenção de talentos


Atualmente, 81% das empresas relatam dificuldades na contratação de profissionais qualificados. Entre os recrutadores, 66% acreditam que esse cenário não mudará nos próximos seis meses, e 27% preveem que ficará ainda mais desafiador.


Por outro lado, quando questionados sobre demissões, 65% dos recrutadores indicaram que as chances são baixas, um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao último trimestre. Nos próximos seis meses, 89% acreditam que as demissões se manterão no mesmo nível ou ainda menores.

“Em tempos de incerteza, manter profissionais de excelência é crucial para garantir a continuidade dos negócios e a inovação necessária para superar as adversidades. Empresas que se posicionam como empregadoras atrativas, oferecendo salários competitivos, um ambiente de trabalho envolvente e oportunidades de desenvolvimento, terão uma vantagem significativa no mercado para atrair e reter talentos”, destaca Mantovani.

 

Taxa de desemprego cai para 3,5% entre qualificados


Após um leve aumento no primeiro trimestre do ano, o desemprego voltou a cair, registrando 6,9% para a população geral e 3,5% para profissionais qualificados. Esses índices reforçam a acirrada disputa por talentos, já que a maioria dos profissionais qualificados está empregada.


Conforme análise da Robert Half, o mercado de trabalho qualificado está próximo do pleno emprego, ou seja, profissionais que buscam ativamente uma oportunidade e atendem às exigências do mercado permanecem pouco tempo desempregados.

“Para esses profissionais, a recomendação é focar em capacitação contínua e adaptabilidade. A capacidade de aprender novas habilidades, se reinventar e se manter atualizado com as tendências do mercado é mais importante do que nunca. Buscar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, manter uma rede de contatos ativa e estar aberto a novas experiências pode ser a chave para atravessar este momento com sucesso”, aconselha Mantovani.

 

Profissionais sentem-se menos seguros com o emprego


Atualmente, 56% dos profissionais entrevistados se sentem seguros quanto à manutenção de seus empregos, uma queda de 4 pontos percentuais em relação ao último período avaliado. Para os próximos seis meses, 73% acreditam que a situação se manterá igual, enquanto 16% esperam um aumento na confiança.

 

Em paralelo, quase metade (48%) das pessoas empregadas não se consideram mais empolgadas com o que está por vir, enquanto 45% estão mais esperançosas e 7% não souberam responder. 

 

Entre as 45% que estão mais empolgadas, os principais motivos são:

 

  • Felicidade e motivação com o trabalho (42%)
  • Maior convicção das prioridades e exigências em relação ao trabalho (39%)
  • Percepção da profissão em alta no mercado (30%)
  • Percepção do segmento em alta no mercado (29%)
  • Investimento em qualificação e desenvolvimento de novas competências ao longo do primeiro semestre (25%)

 

Já entre as 48% que não estão:

 

  • Imprevisibilidade econômica (60%)
  • Falta de perspectiva de crescimento dentro da empresa (38%)
  • Insatisfação com gestores (21%)
  • Desmotivação com o trabalho (20%)
  • Percepção da profissão em baixa no mercado (19%)


A 29ª edição do ICRH é resultado de uma pesquisa conduzida pela Robert Half ao longo de agosto, baseada na percepção de 1.161 profissionais, divididos igualmente entre três categorias: recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas), profissionais qualificados empregados e profissionais qualificados desempregados (com 25 anos ou mais e formação superior).

Sobre a Robert Half

É a primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half é reconhecida, também, por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoia a diversidade.

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