Legado Olímpico de Paris: celebrando o potencial da força de trabalho brasileira

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*por Maria Sartori

Os Jogos Olímpicos de Paris evidenciaram uma realidade que muitos já conheciam: o Brasil ainda enfrenta uma grande disparidade em relação às principais potências esportivas mundiais. Apesar de não termos superado o número de medalhas conquistadas em Tóquio, os resultados obtidos por nossos atletas merecem ser reconhecidos e celebrados.

Afinal, quando consideramos o contexto do esporte no Brasil e comparamos os investimentos realizados por nações como Estados Unidos e China, fica evidente que, mesmo com todas as adversidades, o País possui um potencial imenso. Um belo exemplo disso são os três suados ouros conquistados, diga-se de passagem, exclusivamente por mulheres. Rebecca Andrade, na ginástica, Beatriz Souza, no judô, e Ana Patrícia e Duda, no vôlei de praia, subiram ao lugar mais alto do pódio, enchendo-nos de orgulho. 

A situação de nossos atletas nos permite fazer um paralelo com o mercado de trabalho brasileiro, cada vez mais exigente. Em ambos os casos, são necessários adaptação, resiliência, preparação constante e, principalmente, investimento. O mercado de trabalho no Brasil é caracterizado por talentos excepcionais que, com a devida orientação e suporte, podem atingir níveis extraordinários de desempenho.

Um dos legados mais importantes que os Jogos Olímpicos de Paris nos deixam é a valorização do potencial. Nossos atletas, apesar das dificuldades, demonstraram disciplina e uma capacidade ímpar de superação. No mercado de trabalho, observo muitos profissionais que compartilham essas mesmas qualidades: criatividade, adaptabilidade e uma sólida ética de trabalho.

Entretanto, para que as pessoas possam alcançar o auge de suas capacidades, é fundamental que as empresas invistam em seu desenvolvimento, oferecendo não apenas treinamentos técnicos, mas também oportunidades de crescimento e aprendizado contínuo.

Outro paralelo importante é a questão da estratégia. No esporte de alto rendimento, uma estratégia bem delineada pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. Da mesma forma, no mundo corporativo, as empresas que desejam atrair e reter profissionais talentosos precisam ter uma visão clara de suas metas e dos meios para alcançá-las, incluindo a implementação de políticas de recrutamento eficazes.

Além disso, os Jogos de Paris nos ensinam sobre a importância da perseverança. Atletas que se destacaram não chegaram ao topo da noite para o dia. Treinaram durante anos, enfrentaram fracassos e continuaram se aperfeiçoando. No mercado de trabalho, o sucesso também não vem instantaneamente. É o resultado de uma trajetória de resiliência, esforço contínuo e aprendizado constante.

Assim como celebramos o desempenho da nossa delegação, mesmo sem atingir o número de medalhas esperado, devemos reconhecer e valorizar talentos que são a base para o crescimento e desenvolvimento do nosso País. É necessário investir em educação, qualificação e em um ambiente que propicie o florescimento do potencial humano.

As Olimpíadas nos lembram que, mesmo diante de desafios, há sempre uma oportunidade de crescer, aprender e se preparar para o futuro. No mercado de trabalho, esse aprendizado é valioso. Devemos celebrar nossas conquistas, aprender com nossos desafios e, acima de tudo, continuar investindo no potencial que temos à disposição. Afinal, o sucesso, seja no esporte ou nos negócios, é construído com trabalho duro, estratégia e uma visão de longo prazo.

*Maria Sartori é diretora associada da Robert Half