Especialista apresenta visão japonesa para a economia circular 

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Idealizador do projeto Movimento Circular Vinícius Saraceni é um dos palestrantes do 3º Fórum de Economia Circular, iniciativa gaúcha que acontecerá durante a Feira Interplast, em SC, no mês de agosto 

 

 

O mundo enfrenta crises climáticas urgentes, e a Economia Circular surge como solução, focando em combater o desperdício e preservar os recursos naturais. Criado em 2020, o Movimento Circular é a maior iniciativa educacional aberta na América Latina para promover a Economia Circular, transformando o consumo linear em um ecossistema colaborativo que incentiva a reutilização de recursos. Com parcerias em diversos setores, já impactou mais de 5 milhões de pessoas com atividades e conteúdos educativos. No 3º Fórum da Economia Circular, que acontece nos dias 14 e 15 de agosto, em Joinville, Santa Catarina, será reforçado seu papel central na educação e cultura para uma transição justa. Oferecendo cursos gratuitos, eventos, palestras e oficinas em países como Brasil, Colômbia, Argentina e México, o projeto busca um futuro sustentável. As soluções educacionais, viabilizadas por parceiros diversificados, incluem ferramentas educacionais, suporte de comunicação, networking e apoio de especialistas. 

 

Durante uma viagem ao Japão, o idealizador do projeto, Vinícius Saraceni, observou que a Economia Circular está profundamente enraizada na cultura nipônica, com respeito pela natureza e uma forte cultura de reutilização e reparo. A filosofia budista “mottainai” promove a utilização completa dos recursos e expressa pesar pelo desperdício. O Japão possui políticas públicas avançadas para a produção industrial e a gestão de resíduos, além de programas educacionais que ensinam desde a infância a evitar o desperdício. A principal diferença entre o Japão e o Brasil está na maturidade das políticas públicas e na cultura da população em relação à Economia Circular. “O Japão possui um sistema bem estabelecido e enraizado, além de uma população educada sobre a importância da circularidade. O Brasil, por outro lado, vem dando passos recentes para alcançar essa meta, com destaque para a criação da Estratégia Nacional de Economia Circular (ENEC), a Lei de Incentivo à Reciclagem e o Programa Nacional de Resíduos Sólidos, que integram diversas legislações de logística reversa para cada material. No entanto, ainda é necessário investir no conhecimento e na informação para que as pessoas no Brasil possam mudar seu comportamento e se tornarem agentes de transformação”, ressalta. 

 

Saraceni explica que o Japão utiliza várias tecnologias avançadas para promover a Economia Circular, como plantas de reciclagem automatizadas, tecnologias de reprocessamento e sistemas de coleta inteligente com sensores. Isso é amparado pela cultura e pela educação no país, com um sistema educacional que ensina sobre sustentabilidade e Economia Circular desde cedo – um modelo que poderia ser replicado no Brasil. “No entanto, mesmo com várias tecnologias, o que realmente faz a diferença no Japão é a corresponsabilidade de todos os atores: governos locais, empresas e consumidores, que, educados desde cedo, entendem seu papel na logística reversa e na valorização máxima dos recursos. A educação e a comunicação transversal garantem que cada um faça sua parte corretamente, permitindo que essas ferramentas de alta tecnologia funcionem de forma eficaz”, conclui. 

 

A 3ª edição do Fórum de Economia Circular, nos dias 14 e 15 de agosto, acontecerá durante a Feira Interplast 2024 em uma iniciativa conjunta da Revista Plástico Sul e da Rede pela Circularidade do Plástico e com coorganização do Sinplast-RS – Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS. Mais informações pelo site www.forumdeeconomiacircular.com.