Especialista destaca as transformações nos hábitos de consumo dos idosos e o impacto disso no mercado
Transformações nos hábitos de consumo dos idosos impactam diretamente nas decisões de compra dos idoso e na valorização na experiência em meio a relevância das lojas físicas. Virgínia Patrocínio, docente da Estácio e doutoranda em Comunicação e Consumo, observa que o público 60+ tem se tornado cada vez mais ativo no consumo.
“Hoje, a ‘melhor idade’ abrange um público que busca qualidade de vida, pratica atividade física, segue uma alimentação saudável, se preocupa com a aparência, planeja viagens e inclui opções de lazer em sua rotina. O avanço da medicina e o acesso mais fácil a tratamentos têm aumentado a expectativa de vida, elevando a autoestima e a participação social desse grupo. A população acima de 60 anos, que já supera a de crianças até cinco anos, possui maior poder aquisitivo e influência na renda familiar”.
Para a especialista, compreender as motivações de compra do público 60+ é crucial para se comunicar eficazmente e adaptar produtos às suas necessidades. “Marcas que evitam estereótipos de idosos incapazes ganham a atenção desse público, cujos hábitos de consumo são diversificados e voltados para o bem-estar pessoal. Os ‘baby boomers’ vivenciaram eventos históricos importantes, moldando uma relação mais racional com o dinheiro, mas também valorizam viver intensamente o presente”.
Ela reforça que os idosos valorizam a construção de vínculos duradouros e relações interpessoais profundas. Ou seja, eles são mais fiéis às marcas que oferecem um atendimento de qualidade e que estabelecem laços emocionais duradouros. Além disso, a praticidade no dia a dia é essencial para eles, e essa fidelidade se fortalece com marcas que facilitam suas rotinas.
Apesar da crescente familiaridade com o mundo digital, a docente da Estácio ressalta que os idosos ainda valorizam o contato interpessoal e a possibilidade de experimentar produtos. “As lojas físicas permanecem relevantes porque a compra é vista como um ato de lazer e entretenimento. Oferecer uma experiência de compra online fácil e um atendimento humanizado nas lojas físicas pode fidelizar esse público.”
Com o aumento da população acima de 60 anos, as empresas precisam se adaptar para atrair esse público. “Os idosos têm uma vida ativa e maior poder aquisitivo, o que os torna um público potencial para as empresas. Estabelecer uma comunicação que fuja do estereótipo do idoso dependente, reconhecendo seu potencial de consumo, pode transformar esse grupo em defensores da marca. Praticidade, facilidade de uso e uma relação próxima são essenciais para atrair e fidelizar os consumidores 60+,” conclui.