Parceria entre CPQD, RNP e Softex, o projeto tem o objetivo de impulsionar a tecnologia blockchain no Brasil
Campinas, 15 de julho de 2024 – Um dos pilares da chamada Web 3.0, a tecnologia blockchain tem se tornado cada vez mais importante para empresas e governos. Com o objetivo de contribuir para impulsionar o uso dessa tecnologia no país, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está investindo R$ 23 milhões em ações de pesquisa e desenvolvimento do Projeto Ilíada, que será apresentado no Blockchain Rio Festival, programado para os dias 24 e 25 de julho, no Rio de Janeiro.
Executado pela RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) e o CPQD, em parceria com a Softex, o Projeto Ilíada prevê a criação de um observatório que ficará responsável por monitorar iniciativas de desenvolvimento e a adoção da tecnologia por setores como governo, academia e indústria. Haverá ainda a implantação de um testbed para experimentação em blockchain. Trata-se de um laboratório computacional multiusuário e distribuído, que poderá ser usado por pesquisadores de universidades e empresas para a criação de redes blockchain baseadas em diferentes frameworks.
“O Projeto Ilíada visa contribuir para o amadurecimento do ecossistema blockchain no Brasil, por meio de ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para acompanhar o estado da arte da blockchain, de modo que o país obtenha o domínio da tecnologia”, explica Leandro Ciuffo, diretor-adjunto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP.
O CPQD trabalha com projetos de pesquisa e desenvolvimento envolvendo as tecnologias blockchain e de identidade digital descentralizada desde meados de 2018. Como parte de seu programa de inovação aberta, resultados de projetos de P&D têm sido utilizados por empresas, principalmente startups, para a criação de produtos e soluções para diferentes mercados.
“O CPQD tem colaborado ativamente com o desenvolvimento do ecossistema blockchain do Brasil. Participamos, desde o início, das atividades do CT-Blockchain da RNP, quando nasceram as primeiras ideias sobre o escopo do Projeto Ilíada”, lembra Reynaldo Formigoni, gerente de Soluções Blockchain do CPQD.
Uma chamada pública está aberta para buscar parceiros interessados em desenvolver estudos e pesquisas para a evolução de funcionalidades e tecnologias para testbeds de redes blockchain. Os grupos de trabalho selecionados prestarão serviço pelo prazo de um ano e ficarão responsáveis por elaborar soluções para o desenvolvimento de novos produtos com a tecnologia. As propostas devem abordar ao menos um dos tópicos de interesse da RNP, como Tokens Não Fungíveis (NFTs), segurança e privacidade em blockchains, algoritmos de consenso, automação e operação de redes blockchain, algoritmos e aplicações descentralizadas, entre outros. Os grupos devem ser coordenados por um pesquisador vinculado a uma instituição de ensino pública ou privada. As inscrições podem ser feitas até 25 de julho neste link (https://jems3.sbc.org.br/?returnUrl=%2Filiadainfra%2F) – o edital completo está disponível na página (https://www.rnp.br/arquivos/documents/Chamada%20P%C3%BAblica%20de%20Projetos%20-%20ILIADA%201.pdf?VersionId=fRlzhP36Df0AYQPyWPPS.cbg2aMa3t6K).
A apresentação do Projeto Ilíada no Blockchain Rio Festival está programada para o dia 25/07, às 10h, dentro do Fórum BlockchainGov, organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). O painel “Financiamento público para o desenvolvimento de blockchain: MCTI e o caso do Projeto Ilíada” irá abordar detalhes do programa e a importância do investimento nessa tecnologia.
O Projeto Ilíada terá duração até 25 de janeiro de 2026. A ação faz parte dos Programas e Projetos Prioritários de Informática (PPI), iniciativa que visa promover o desenvolvimento em ciência, tecnologia e inovação, áreas consideradas estrategicamente relevantes para o Brasil. Esse projeto foi apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, com recursos da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, no âmbito do PPI-SOFTEX, coordenado pela Softex.
Usos da blockchain
A blockchain registra e armazena transações entre usuários de um sistema como se fosse um livro-caixa. Com essa tecnologia, fica mais fácil proteger informações pessoais e prevenir fraudes, já que a alteração ou falsificação dos dados presentes em uma rede blockchain é extremamente complexa. Por ser um banco de dados descentralizado, as informações não ficam guardadas em um único local, tornando-as mais seguras e dificultando que um invasor possa comprometer os dados.
Outro ponto importante é que o uso da blockchain dá mais transparência às transações, já que qualquer atividade pode ser rastreada pelos usuários do sistema. O governo federal, por exemplo, vem usando a tecnologia na emissão da Carteira de Identidade Nacional.