A batata-inglesa, o leite longa vida, o café moído e o arroz foram os produtos que registraram maiores altas em preços em junho, com 14,49%, 7,43%, 3,03% e 2,25%, respectivamente. Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,21% em junho, depois de um avanço de 0,46% em maio, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo de alimentação e bebidas foi o principal responsável pela inflação, apesar de ter desacelerado para uma alta de 0,44% em junho, contra 0,62% em maio.
Alimentação mais cara
A compra de alimentos para consumo no domicílio passou a custar 0,47% mais caro para os consumidores, enquanto o custo da refeição fora de casa subiu 0,27%. Já entre os produtos que registraram deflação em junho, estão cenoura (-9,47%), cebola (-7,49%) e frutas (-2,62%). Segundo André Almeida, pesquisador do IBGE, os preços da batata e do leite subiram devido à menor oferta desses produtos no mercado. “Leite longa vida e batata inglesa tiveram menor oferta no período. O leite sofreu com uma entressafra no Sudeste e Centro-Oeste, além de um período de clima adverso no Sul do país”, explica.
Valor da cesta básica aumenta em 10 capitais em junho
Entre maio e junho, o custo da cesta básica de alimentos aumentou em 10 capitais, com destaque para Rio de Janeiro (2,22%), Florianópolis (1,88%), Curitiba (1,81%) e Belo Horizonte (1,18%). Esses são dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As principais quedas foram registradas em Natal (6,38%) e Recife (5,75%). Na comparação entre os valores da cesta, a capital de São Paulo registrou o maior custo (R$ 832,69), seguida por Florianópolis (R$ 816,06), Rio de Janeiro (R$ 814,38) e Porto Alegre (R$ 804,86). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 561,96), Recife (R$ 582,90) e João Pessoa (R$ 597,32). Nos seis primeiros meses de 2024, todas as cidades tiveram elevação nos preços médios e os percentuais variaram entre 4,29%, em Vitória, e 10,62%, em Fortaleza.
Produtos mais Caros
O preço do leite integral ficou mais caro em 16 das 17 capitais avaliadas pela pesquisa. Já o preço do quilo de café em pó aumentou em 15 cidades entre maio e junho, e o valor médio do arroz subiu em 12 capitais. Indo no sentido contrário, os custos do quilo da carne bovina de primeira e do feijão diminuíram em 15 municípios. Em junho de 2024, quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média 54% do seu salário.
Ruptura volta a subir no varejo em maio
Após um mês de estabilidade, o Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, voltou a registrar aumento e chegou a 13,4% em maio. No período, o arroz foi o item com maior aumento de ruptura, chegando a 9,7%, contra 7,6% no mês anterior. “Parte da população comprou mais e estocou em casa. A atitude provocou aumento da ruptura do produto devido tanto à demanda ter crescido quanto à demora para o reabastecimento”, explica Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid. Também foram registradas variações em produtos como detergente (de 7,9% para 8,8%), café (de 8,1% para 8,8%), manteiga (de 7,6% para 8,1%) e margarina (de 5,6% para 6,8%).
Leia mais em: GIRO NEWS