SENSIBILIDADE SENSORIAL NÃO É FRESCURA! Outono e inverno podem intensificar a hipersensibilidade tátil em crianças e adultos

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Entenda como identificar a disfunção e conheça os tratamentos que gerenciam os sintomas e melhoram a qualidade de vida

Com a chegada do outono, pessoas com hipersensibilidade costumam sofrer mais pela necessidade do uso de roupas e cobertores mais pesados para driblar os dias frios. A sensibilidade sensorial aumentada, também chamada de hipersensibilidade sensorial, é o termo usado para descrever como os sentidos percebem e reagem a estímulos sensoriais do ambiente externo. “A disfunção refere-se a uma condição na qual uma pessoa experimenta uma resposta sensorial exagerada a estímulos táteis comuns”, explica Flavia Maoski Abage, pedagoga e proprietária da Terapia A_Mi, clínica interdisciplinar de Curitiba. “A sensibilidade varia em intensidade de pessoa para pessoa e pode estar associada a condições como transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de processamento sensorial (TPS) ou transtorno de ansiedade”.

Diagnóstico

Apesar de ser mais comum em pessoas atípicas, qualquer pessoa pode apresentar hipersensibilidade ao toque. Além do desconforto com roupas, há outras maneiras de identificar a disfunção como:

  1. Reações exageradas: quando a pessoa reage de forma exagerada a toques leves ou sensações táteis leves, como ser tocada suavemente ou sentir a textura de certos materiais;
  2. Evitação de toque: Indivíduos com hipersensibilidade tátil podem evitar situações em que possam ser tocados, como abraços ou apertos de mão, devido à sua sensibilidade aumentada;
  3. Respostas emocionais: Podem apresentar respostas emocionais intensas, como irritabilidade, ansiedade ou mesmo raiva, em resposta a estímulos táteis que outros consideram normais ou não perturbadores.
  4. Busca por isolamento: Pessoas com hipersensibilidade tátil podem buscar o isolamento social para evitar estímulos táteis desconfortáveis, o que pode afetar suas interações sociais e qualidade de vida.
  5. Sensibilidade a estímulos sensoriais adicionais: Além da sensibilidade ao toque, eles podem ser sensíveis a outros estímulos sensoriais, como luzes brilhantes, sons altos ou cheiros fortes.

Tratamento

Fazer ajustes no ambiente e no estilo de vida pode ajudar (e muito!) a reduzir a sensibilidade sensorial. E, apesar de não ter cura, a hipersensibilidade tem tratamento. “Com acompanhamento e orientação é possível ´ensinar´ como conviver com essa condição, gerenciando os sintomas que podem atrapalhar muito o cotidiano de quem sofre com a condição”, explica Flávia.

Além de diagnosticar e orientar pacientes e seus familiares, a Terapia A_Mi oferece algumas terapias que geram bons resultados e melhoram significativamente a qualidade de vida das pessoas com hipersensibilidade:

Terapia ocupacional: ajuda a desenvolver estratégias para lidar com a sensibilidade sensorial no dia a dia, incluindo técnicas de regulação sensorial e adaptações ambientais para reduzir estímulos indesejados.

Terapia cognitivo-comportamental: ensina a lidar com a ansiedade e o estresse associados à sensibilidade sensorial, podendo incluir técnicas de relaxamento, como respiração profunda e meditação.

Treinamento de integração sensorial: frequentemente usada em crianças com sensibilidade sensorial, envolve atividades projetadas para ajudar a integrar e modular as informações sensoriais de forma mais eficaz.

Flavia Maoski explica que há casos ainda onde medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas. “É importante que a pessoa com sensibilidade consulte um profissional de saúde, como um terapeuta ocupacional ou um médico especializado em transtornos sensoriais, para identificar o melhor tratamento para cada caso. A abordagem de cada paciente depende de fatores como idade, gravidade dos sintomas e outras condições médicas de cada indivíduo”.

Além da hipersensibilidade tátil, existem outros tipos de hipersensibilidade como a olfativa, a gustativa, a auditiva e a visual, e há também a hiposensibilidade, que é a diminuição da percepção sensorial. Quem tem sensibilidade sensorial pode apresentar sintomas com diversos graus de intensidade, por isso é importante procurar ajuda e identificar os sintomas. Com tratamento controlar e evitar o agravamento dessa condição, que pode levar ao isolamento social, crises de ansiedade e depressão.