Retomada das atividades industriais requer medidas preventivas de acidentes

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Com a volta às atividades de indústrias, especialista em Segurança do Trabalho orienta sobre medidas de prevenção  

  

Tendo em vista a situação de calamidade pública enfrentada pelo Rio Grande do Sul, a segurança para indústrias ao retomarem suas atividades após os estragos torna-se essencial. Dessa forma, é necessário implementar medidas rigorosas para evitar acidentes, garantindo que as áreas de trabalho sejam devidamente inspecionadas e que todas as estruturas estejam seguras e estáveis. Além disso, é importante assegurar que os trabalhadores estejam com os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados e sejam capacitados e habilitados para atividades que demandem cuidados específicos como altura e eletricidade. Esses cuidados são fundamentais para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores enquanto retomam suas operações normais.  

A coordenadora do curso Técnico em Segurança do Trabalho da Escola Técnica Fundatec, Graziela Flores, destaca a importância da análise preliminar das condições do ambiente antes de qualquer acesso. “Sempre avaliar os riscos e perigos e identificar o que pode ser impeditivo”, recomenda. Para trabalhos em altura, a observância da Norma Regulamentadora 35 (NR-35) é indispensável. Essa norma fornece diretrizes sobre equipamentos, linhas de vida e pontos de fixação.  

Além disso, Graziela explica a necessidade de planejamento para ações de emergência, sugerindo que a equipe envolvida tenha treinamento básico em primeiros socorros. Também necessita-se ter planejado auxílio médico de pronto atendimento ou Unidade Básica de Saúde. Isso depende, mas deve-se planejar caso seja necessário solicitar ajuda. “Os procedimentos de atendimento dependem do tipo de ocorrência”, esclarece. Em áreas energizadas, por exemplo, há procedimentos específicos para que o socorrista não sofra acidentes.  

Em ambientes energizados, segundo a coordenadora, a prioridade deve ser desenergizar os locais de trabalho. Quando isso não é possível, as orientações da Norma Regulamentadora 10 (NR-10) devem ser seguidas. “Somente profissionais capacitados e habilitados devem executar essas atividades, pois possuem conhecimento específico sobre procedimentos e equipamentos de proteção”, afirma. Graziela alerta para o alto risco de acidentes fatais envolvendo eletricidade, reforçando que áreas energizadas precisam ser claramente sinalizadas com placas de advertência. Em situações de alagamentos, é vital garantir o desligamento da energia antes de qualquer intervenção. “Um eletricista qualificado pode auxiliar no processo, garantindo uma retomada segura das atividades”, ressalta.  

A limpeza em altura é uma atividade que demanda atenção extrema e cumprimento rigoroso da NR-35. Graziela destaca a importância do planejamento e da certificação dos equipamentos de segurança individual e coletiva, e alerta sobre os perigos adicionais em situações de alagamentos, como a presença de doenças. “O trabalho deve ser monitorado 100% do tempo, e todos os riscos devem ser avaliados e mitigados. O uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é primordial para evitar doenças como a leptospirose”, observa.   

Para a utilização de produtos químicos na limpeza, a coordenadora enfatiza que cada situação é única e requer uma análise específica, porém não se deve ocorrer a mistura dos produtos sem conhecimento, pois isso pode causar acidentes graves, portanto, a atividade deve ser supervisionada por alguém qualificado. “Um produto pode reagir de diversas maneiras com outras substâncias ou condições ambientais, por exemplo, em diferentes temperaturas. Tudo deve ser planejado previamente, avaliado a análise preliminar de risco e medidas de mitigação em caso de acidentes e emergências. Os produtos químicos podem parecer inofensivos, sem odor, incolores, mas seus danos podem ser irreversíveis”, adverte.