A esclerose múltipla (EM) é uma condição neurológica crônica e autoimune que impacta o sistema nervoso central, abrangendo o cérebro, a medula espinhal e os nervos ópticos.
Nesta patologia, o sistema imunológico age de forma agressiva contra a bainha de mielina, uma camada de proteção que envolve os nervos e desempenha um papel fundamental na condução eficaz dos impulsos elétricos.
Esse ataque causa inflamação e lesões nos nervos, prejudicando a comunicação entre eles e o resto do corpo.
Isso pode levar a diversos sintomas, como visão turva, fadiga, dormência, fraqueza, falta de equilíbrio, espasmos musculares, dor, depressão, problemas cognitivos, sexuais e urinários.
E por que a doença aparece?
Quais são as causas da esclerose múltipla?
As origens da esclerose múltipla ainda não foram totalmente desvendadas, porém, há a crença de que elas resultem de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais.
Alguns desses fatores são:
- Tabagismo;
- Histórico familiar;
- Deficiência de vitamina D (falta de exposição solar);
- Infecções virais (por exemplo o vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose);
- Hormônios sexuais (níveis de estrogênio e progesterona), sendo que as mulheres têm maior incidência de EM.
Como é feito o diagnóstico da esclerose múltipla?
O diagnóstico da esclerose múltipla pode ser difícil, já que os sintomas exibem uma ampla variação entre os indivíduos e frequentemente se apresentam de forma intermitente.
Não há um exame específico capaz de atestar e confirmar a doença, mas sim um conjunto de critérios clínicos e laboratoriais que indicam a probabilidade de se tratar de EM.
Alguns dos exames que podem ser solicitados são a ressonância magnética, o exame do líquor (analisa o líquido que circula no sistema nervoso central) e os exames de potenciais evocados (avaliam a resposta elétrica dos nervos).
Como é o tratamento da esclerose múltipla?
Embora a esclerose múltipla não tenha uma cura definitiva, existem opções de tratamento que podem auxiliar no controle dos sintomas, na diminuição das crises e no retardo da evolução da doença.
A abordagem terapêutica deve ser personalizada e envolver uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde. Isso envolve um médico neurologista, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionista e outros profissionais da saúde.
Alguns dos aspectos do tratamento são:
- Reabilitação: exercícios físicos, terapias ocupacionais, fonoaudiológicas e cognitivas que visam melhorar a qualidade de vida e a funcionalidade dos pacientes
- Tratamento sintomático: medicamentos que podem ser usados para aliviar os sintomas específicos da doença, como analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos, antiespasmódicos, entre outros.
- Cuidados gerais: são hábitos de vida saudáveis que podem contribuir para o bem-estar dos pacientes com EM. Alimentação equilibrada, prática de atividades físicas moderadas e regulares, manutenção do sono, busca de apoio psicológico e social.
- Medicamentos para esclerose: existem diversos tipos de medicamentos que podem ser usados para tratar a EM, dependendo da forma clínica, da gravidade e da resposta de cada paciente. Eles podem ser imunomoduladores (modulam o sistema imunológico) ou imunossupressores (inibem o sistema imunológico).
Como é viver com esclerose múltipla?
Viver com esclerose múltipla pode ser um desafio, pois é uma doença que afeta vários aspectos da vida pessoal, familiar, profissional e social.
No entanto, é possível conviver com a doença de forma positiva e produtiva, desde que se tenha acesso ao tratamento adequado e ao suporte necessário.
Em primeiro lugar, siga o tratamento e as orientações médicas, tomando os medicamentos conforme prescritos. Não interrompa ou altere o tratamento sem consultar o seu médico, e comunique qualquer efeito colateral ou mudança nos sintomas.
Informar-se sobre a doença em fontes confiáveis é fundamental para lidar com ela. Pergunte aos profissionais de saúde tudo que precisa saber, ainda que esteja à distância (afinal, já temos a possibilidade de consulta com médicos e nutricionista online)
Junto ao tratamento específico para a EM, você deve cuidar da sua saúde geral, em especial da sua mente.
Não negligencie sua saúde mental
A esclerose múltipla traz muitos desafios à saúde de uma pessoa, mas não só aqueles relacionados à doença.
A doença pode afetar o seu humor, a sua autoestima e a sua autoconfiança.
Por isso, é importante cuidar da sua saúde mental. Busque ajuda psicológica se sentir necessidade.
Tenha especial cuidado com as suas relações afetivas, familiares, profissionais e sociais.
Comunique-se com clareza e honestidade sobre a sua condição, expresse as suas necessidades e sentimentos.
Peça ajuda quando precisar. a terapia de casal, caso você tenha um(a) companheiro(a) pode ajudar o casal a passar por este momento.
E não deixe de cuidar do seu futuro, porque a doença pode trazer incertezas e preocupações sobre ele. Continue planejando seus projetos pessoais e profissionais, e busque alternativas e adaptações para realizar os seus sonhos.
Se preciso, defenda os seus direitos e interesses.
Conte com a ajuda de uma advocacia especializada em plano de saúde, se precisar.
Conclusão
A esclerose múltipla é uma condição complexa e desafiadora, mas com o tratamento apropriado e o apoio adequado, é possível levar uma vida satisfatória e desfrutar de bem-estar, apesar da doença.
Se você tem EM ou conhece alguém que tem, saiba que você não está sozinho. Há muitas pessoas que compartilham da mesma condição e que podem oferecer apoio, informação e experiência.
Há também muitos profissionais que podem ajudar você a cuidar da sua saúde física, mental e emocional.
Conte conosco nessa jornada!