A fusão entre as empresas Petz e Cobasi representa um desafio substancial, especialmente devido às distintas dinâmicas operacionais que ambas mantiveram até o momento. Ambas as empresas têm suas raízes profundamente atreladas aos seus respectivos proprietários, com a forte influência de Zimmerman e Paulo Nassar na Cobasi. A combinação de seus negócios não se mostra evidente em termos de sua operação diária. Embora já esteja estabelecido que Paulo Nassar assumirá o cargo de CEO da Cobasi, e Zimmerman ocupará a presidência do Conselho, a lógica por trás dessas designações pode não ser imediatamente clara e poderá apresentar desafios adicionais no futuro. Este é um grande desafio que as duas empresas enfrentam em conjunto.
O mercado em questão apresenta um grande potencial, considerando que o Brasil abriga mais de 139 milhões de animais de estimação, tornando-se o segundo maior mercado mundial nesse segmento. Com 54 milhões de cães, 23 milhões de gatos, e 19 milhões de peixes, além de 39 milhões de aves, é evidente o forte envolvimento dos brasileiros nesse mercado. A cada 100 famílias, 44 possuem um animal de estimação, enquanto apenas 36 têm crianças em casa. Portanto, é notável que os setores relacionados aos animais de estimação são uma tendência significativa a longo prazo. Enquanto muitos discutem o envelhecimento da população como um fator impulsionador do setor da saúde, o setor pet também se destaca, pois as pessoas percebem que criar um filho se tornou mais dispendioso e optam por ter animais de estimação, além do fato de que estão se casando menos. Essa dinâmica oferece um potencial significativamente positivo para o setor.
No entanto, a integração das operações das duas empresas representa um desafio considerável devido às diferenças significativas em suas respectivas gestões. Observamos a Petz enfrentando dificuldades nos últimos anos ao realizar aquisições e incorporar novas marcas, como eles próprios reconhecem em suas comunicações. Apesar disso, o gasto mensal médio dos brasileiros com animais de estimação é elevado, variando entre 274 e 425 reais, dependendo do porte do animal. Nos Estados Unidos, essa média é até cinco vezes superior, e a tendência é que esse gasto aumente. É importante ressaltar que o setor pet é altamente pulverizado, com ambas as marcas competindo vigorosamente no mercado. A possível redução do espaço para outras empresas decorrente dessa fusão pode ser vista como um desafio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), especialmente considerando a presença significativa de players regionais além da abrangência nacional da Petlove.
Em suma, compreendo que este setor ainda enfrenta desafios em relação à menor disponibilidade para aquisição de bens em 2024 e principalmente devido à liberação nos últimos anos das compras isentas de impostos para valores até 50 dólares. Isso resultou na aquisição de itens como roupas e pequenos brinquedos para animais em plataformas estrangeiras, uma situação pela qual as empresas têm expressado preocupação e solicitado a retomada da taxação desses produtos.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos
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