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Reposição de testosterona traz riscos à saúde?
Médico esclarece essa e outras dúvidas comuns sobre reposição hormonal masculina
Reposição hormonal ainda é um tema polêmico que tem seus fãs e haters, mas estudos vêm desvendando questões que tornavam a terapia duvidosa, como os eventuais riscos de problemas de saúde após a dosagem de testosterona.
Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado em 2023 no New England Journal of Medicine, revelou que a reposição não aumenta riscos à saúde. A pesquisa contou com mais de 5 mil homens com idades entre 45 e 80 anos, todos com problemas cardíacos. Eles foram submetidos à reposição de testosterona e, após dois anos de acompanhamento, constatou-se que a terapia não aumentou riscos de derrames, ataques cardíacos e mortes.
“A reposição de testosterona é segura quando há acompanhamento e indicação clínica. Ela tem a finalidade de repor o que se perdeu, até atingir um nível de normalidade, por isso é imprescindível que a dosagem seja feita por um médico experiente, comprometido com a saúde e bem-estar do paciente”, explica Luiz Tintori, médico do esporte com ênfase em emagrecimento e reposição hormonal, fundador da clínica Mizu – Centro de Cuidado Humano.
Segundo o especialista, entre os principais sinais de baixa testosterona estão a queda de libido, indisposição, ganho de peso, perda de força muscular, ausência de ereção matinal, dificuldade e disfunção erétil, depressão, insônia e falha na memória. “Esses sintomas, associados ou não, comprometem a qualidade de vida e os homens passam a sobreviver em vez de viver”, alerta e enfatiza que para a conclusão do quadro é necessária a realização de exames laboratoriais.
Além dos riscos à saúde, há outras dúvidas comuns quando o tema é reposição de testosterona. Dr. Tintori listou e esclareceu as principais questões que
muitas vezes impedem os homens de conhecerem o tratamento. Confira:
Repor testosterona é para homens mais velhos
A reposição de testosterona não tem uma idade específica e cada vez mais homens jovens, abaixo dos 40 anos, já apresentam deficiência do hormônio decorrente de maus hábitos de vida como sedentarismo, estresse, sobrepeso e má alimentação. “O homem na faixa dos 50 anos terá a queda do hormônio mais acentuada, pois normalmente é o período da andropausa, condição na qual a testosterona diminui naturalmente por conta do envelhecimento, mas isso não significa que o jovem está livre da diminuição hormonal”, explica.
O cansaço, insônia e baixa libido é por conta da correria do dia a dia
De acordo com o médico, muitos homens acreditam que os sintomas de baixa testosterona são reflexos de uma rotina intensa e por isso não buscam ajuda. “É preciso reconhecer os sinais do corpo e entender que não é normal acordar cansado e ter dificuldade para desempenhar atividades simples do dia a dia”.
Gel de testosterona não funciona
“Ele funciona, mas entre as vias de reposição é o menos recomendado pelo fato de a absorção depender da pele da pessoa, além de ser mais difícil de assegurar a eficácia, pois depende do compromisso do paciente em passar corretamente e na frequência recomendada”, explica. A reposição injetável – realizada a cada 21 ou 45 dias, a definir de acordo com a necessidade e rotina do paciente – e o implante subcutâneo – que tem uma duração mais longa, acima de seis meses -, são os métodos mais indicados, segundo Tintori.
Se começar, tenho que fazer para o resto da vida
O médico esclarece que um homem que teve falência testicular, por exemplo, precisará sim da reposição contínua para ter mais qualidade de vida. “Já um homem jovem que tem baixa testosterona por conta dos maus hábitos de vida, depois de realizar a terapia e ter acompanhamento médico adequado, poderá interromper a reposição e manter o nível de testosterona adequado com um estilo de vida saudável”, finaliza.
Com informação adequada e indicação médica, a terapia hormonal pode devolver a rotina de antes, com muito mais disposição e alegria para homens de diferentes idades.