Há anos somos testemunhas de uma demanda global cada vez mais crescente por alimentos, à medida em que a população mundial continua a expandir. Nesse contexto, para garantir a sustentabilidade desse setor, consolidado como peça fundamental na oferta alimentar global, torna-se imprescindível considerar a interseção entre ESG (Environmental, Social and Governance) e lucro. Para alcançar esse objetivo, é necessário implementar práticas alinhadas com princípios sustentáveis, sendo a chave para isso nada mais do que a inovação. E como aplicar essas práticas no agronegócio, considerado a espinha dorsal da economia brasileira? A resposta está na adoção de uma gestão responsável de recursos naturais, que vai desde o uso eficiente da água e energia renovável, à práticas que promovam a saúde do solo, como também manter o compromisso com ações sociais sustentáveis, que nada mais são que requisitos essenciais para empresas que almejam um crescimento. Isso se relaciona diretamente com uma pesquisa da global da EY, que identificou que 99% dos investidores utilizam as divulgações ESG das empresas como parte de suas decisões de investimento. Diante deste cenário, a inovação tecnológica desempenha um papel fundamental nesse processo, proporcionando tecnologias que desdobram em soluções eficientes e ecologicamente corretas, como biotecnologia, uso de energias renováveis e agricultura de precisão, que são capazes de tornar o setor mais sustentável e reduzir seus impactos negativos. Você pode se perguntar de quais formas a tecnologia e a inovação podem auxiliar na potencialização destes negócios e por este motivo, trago de imediato duas delas: investimento em armazenamento de grãos e o investimento em economia verde, soluções que sou um grande defensor pessoal e de estratégia do Grupo Fictor. Não é de hoje que sabemos que a capacidade de armazenagem de grãos no Brasil ainda está muito aquém do necessário. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cerca de 20% de toda colheita realizada no Brasil é perdida devido às más condições de armazenamento de grãos, pragas e da umidade. Isso não apenas afeta a economia, mas também representa um grande desafio para a segurança alimentar e o desenvolvimento do país. Por este motivo, uma das iniciativas seria a implementação de projetos de silos no Brasil, que junto à tecnologia, resultam em instalações mais eficientes, sustentáveis e tecnologicamente avançadas, além de reduzir o tempo de construção, que pode variar de 2 a 6 anos. Essa expansão não apenas oferece uma solução prática para a redução dessas perdas, mas também desempenha um papel fundamental na mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), o que representa não só uma questão econômica, mas também ambiental. Portanto, investir em infraestrutura de armazenamento, como silos, não apenas contribui para a segurança alimentar e a eficiência econômica, mas também desempenha um papel essencial na sustentabilidade ambiental, ao reduzir as emissões associadas ao descarte inadequado de grãos. Além dos silos, a inovação também desempenha um papel na criação de soluções ecoeficientes, desde práticas agrícolas até sistemas de energia, fomentando a redução de impactos ambientais negativos. A colaboração entre setores, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, são essenciais para impulsionar uma economia verde robusta e orientada para o futuro, onde a tecnologia e a inovação são aliadas na construção de um mundo mais equitativo e ecologicamente consciente. Considero essas, algumas das estratégias vitais para a sustentabilidade e prosperidade do setor. A incorporação de avanços tecnológicos, como inteligência artificial, internet e energias renováveis, não apenas otimiza processos produtivos, mas também promove a transição para modelos econômicos mais limpos e sustentáveis. Mas o ponto é, diante a esse desafio crucial de garantir a sustentabilidade e crescimento do setor do agronegócio, pergunto, estamos verdadeiramente prontos para abraçar a transformação necessária? A resposta não está apenas na modernização, mas na disposição de romper paradigmas em busca de um futuro verdadeiramente sustentável. Sobre Phillippe Rubini: Sócio e Chief Investment Officer (CIO) do Grupo Fictor, focado no pilar Fictor Lab, que visa criar novos negócios que envolvam inovações e tecnologia no agronegócio e alimentação. Também é Corporate Affairs, que se concentra nas relações internacionais e nacionais do Grupo com o governo e os principais stakeholders. Lidera projetos com a Legacy Inc. na área de inovação em mercados como educação, esporte e tecnologia, entre outros. |
Inovação: a chave para garantir a sustentabilidade no agronegócio
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