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Quando o mensalão foi descoberto a partir das denúncias do Roberto Jefferson, em sessão do Congresso, onde ele encarou e desafiou José Dirceu, pudemos perceber que havia ali um grande grupo de corruptos aliciados pela organização criminosa que engendrou tomar o poder através da compra de votos com dinheiro obtido ilegalmente das estatais, de seus fundos de pensão e do próprio orçamento da União.
Naquela oportunidade, a sociedade deveria acender uma luz vermelha para as instituições. O PT deveria ser proscrito, as leis e indicações desde que Lula assumira a presidência deveriam ter sido anuladas. Medidas provisórias, projetos de lei, indicações ao STF, nomeação de ministros e cargos de confiança, concursos para contratação de funcionários públicos, contratos com e sem licitação – nada disso foi feito. Resultado: veio o Petrolão, veio Pasadena, veio a maior recessão da história do Brasil. Veio a Lava-jato, mas tudo o que o PT havia preparado para o caso de serem descobertos foi acionado e o Brasil deu meia volta e foi colocado de cabeça para baixo.
A leniência, a moderação, o comprometimento com a política impediu que os anseios da população por liberdade e justiça fossem alcançados. Milhões foram às ruas e elegeram um político com apoio popular que, fraco das ideias, não conseguiu transformar sua popularidade em energia política para propor mudanças radicais, que é o que o Brasil precisa.
A organização criminosa acabou sobrevivendo, fortaleceu-se, virou a página e começou a reescrever a história, tanto do passado como do futuro.
Não há a menor possibilidade de revertermos esse quadro no curto e médio prazos. Pelo contrário, a decadência virá antes do ápice. Estamos apenas adquirindo velocidade. O mundo desenvolvido sofre com suas crises, aprende e se aprimora. O Brasil não.
O Brasil, para criar, manter ou repetir suas crises, é insuperável.
Roberto Rachewsky
Empresário, escritor e articulista.
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