Por Carlos Melo, engenheiro agrônomo e gerente de inseticidas da UPL Brasil.
Lagarta-do-cartucho e Helicoverpa. Esses são os nomes de algumas das pragas que afetam o plantio da principal commodity agrícola do país, a soja, que deve superar 162 milhões de toneladas na safra 2023/2024, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O perigo, apesar de já conhecido, ameaça ser ainda mais grave.
Isso porque o fenômeno climático El Niño tem afetado de formas diversas as diferentes regiões brasileiras. No Norte e no Nordeste, tem havido uma diminuição nas chuvas; no Centro-Oeste, ocorre uma irregularidade nas precipitações; no Sudeste, há aumento na temperatura; e no Sul, observa-se um aumento na quantidade de chuvas, além de um incremento na temperatura. Esse cenário de altas temperaturas e alta umidade são ideais para o desenvolvimento das principais lagartas que atacam a cultura da soja.
Um exemplo é a Spodoptera Frugiperda, conhecida popularmente como lagarta-do-cartucho, que tem a capacidade de causar prejuízos em todas as etapas de crescimento da cultura da soja. Durante a fase inicial, essa praga ataca a região do “colo”, cortando as plantas rente ao solo, o que resulta em morte e compromete o desenvolvimento adequado da cultura. Em alguns casos também se alimenta das flores e vagens resultando em perdas significativas de produtividade.
Já a Helicoverpa Armigera tem a habilidade de se alimentar dos folíolos e caules das plantas hospedeiras, mas mostram uma predileção especial pelas estruturas reprodutivas, como botões florais e vagens. Ao se alimentarem, podem causar deformações ou apodrecimento nessas partes, chegando até mesmo a fazer com que elas caiam da planta.
O resultado desse super ataque nas estruturas vegetais – que pode chegar a índices superiores a 30% em toda a lavoura de soja, no caso de altas infestações, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – é a perda de produtividade, acarretando menor retorno econômico.
A principal abordagem para combater as lagartas é o Manejo Integrado de Pragas (MIP). O MIP, como definido pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), é um sistema de manejo de pragas que considera o ambiente e a dinâmica populacional da espécie. Ele utiliza diversas técnicas e métodos de forma compatível, visando manter a população de pragas abaixo do limite que cause dano econômico. Suas ferramentas principais incluem monitoramento da população de insetos, controle biológico para promover inimigos naturais e o uso de controle químico apenas quando necessário, ou seja, quando o ataque atinge um nível prejudicial para a lavoura.
Como parte das ações do MIP, a UPL conta com Shenzi®, inseticida que atua de forma sistêmica no controle de lagartas, cessando de forma rápida e efetiva sua alimentação e mitigando os danos causados e seus impactos na produtividade. Um de seus modos de ação é esgotar o estoque interno de cálcio em células musculares, o que leva a parada rápida de alimentação, letargia generalizada, paralisia muscular, inibição do desenvolvimento e mortalidade entre 1 horas a 72 horas (a depender do estádio da lagarta).
Além de Helicoverpa armigera e Spodoptera frugiperda, a solução da UPL também possui registro para combate de Anticarsia gemmatalis, Chrysodeixis includens, Crocidosema aporema, Elasmopalpus lignosellus, Hedylepta indicata, Heliothis virescens, Rachiplusia nu e Spodoptera eridania na soja. A tecnologia de Shenzi® tem se consolidado como a melhor aliada do agricultor em uma safra que demonstra ser ainda mais desafiadora.