O poder das soluções de suporte à decisão clínica para a transformação do segmento de saúde

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Por Allan Conti

É notório que o segmento de saúde tem passado por constantes transformações nos últimos anos, sobretudo no que tange a adoção de tecnologias que proporcionem um atendimento clínico com mais qualidade e segurança ao paciente. Atrelada à constante digitalização do segmento, as ferramentas de suporte à decisão clínica (SDC) se sobressaem como elementos essenciais para a expansão deste cenário.

Para se ter uma ideia, de acordo com estudo realizado pela ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), em parceria com a Wolters Kluwer Health, quase 61% dos hospitais participantes consideram extremamente relevante o acesso a bases de conhecimentos baseados em evidências para utilização do corpo clínico no quesito segurança do paciente, enquanto 55,41% consideram extremamente relevante as soluções de suporte à decisão clínica para garantir um maior nível de qualidade do cuidado.

Isto ocorre tendo em vista que, por meio destas soluções, os profissionais têm em mãos informações ricas e atualizadas que contribuem para tomada de decisões mais assertivas no momento do atendimento.

Suporte à decisão clínica para a evolução do mercado de saúde

A forma como o segmento de saúde tem se desenvolvido pode influenciar no modo como o acesso ao conhecimento está sendo fornecido aos profissionais por meio das soluções de SDC.

Um dos fatores notáveis é a mudança de quem está à frente das tomadas de decisão em um primeiro momento. Antes, o médico costumava sempre ser o decisor primário quanto ao diagnóstico e prescrições de tratamentos.  Agora, é provável que o paciente procure a princípio por um enfermeiro ou, até mesmo, ambientes como farmácias, telemedicina e atendimento domiciliar. Por isso, é necessário que este público tenha acesso a este tipo de solução para garantir um atendimento efetivo durante toda a jornada do paciente.

Outro ponto de atenção no segmento de saúde tem sido o aumento de demandas clínicas. Com o volume de ferramentas e de informações disponíveis, a atenção do profissional não apenas tende a estar voltada aos pacientes, mas, também, no manuseio dos dados eletrônicos. Deste modo, as soluções de SDC precisam atuar como facilitadoras para a gestão de tempo, sintetizando aquilo que é decisivo para o atendimento.

O futuro da próxima geração de profissionais da saúde também é um ponto-chave para o avanço do mercado de saúde. Além da alfabetização digital e o constante contato com a Medicina Baseada em Evidências (MBE) durante toda a formação universitária e de especialização, habilidades relacionadas à comunicação interprofissional e a capacidade de manter o paciente no centro do cuidado farão a diferença para a rotina dos novos profissionais.

Categorias do desenvolvimento do suporte à decisão clínica

Certamente, para que o mercado de saúde siga avançando, o fomento ao SDC surge como aliado poderoso. Assim, para que a tecnologia possa contribuir de modo efetivo, é necessário que ela seja munida de melhorias que impulsionem o seu desenvolvimento e isso é possível através de quatro categorias de descobertas, que são: forçada, encorajada, guiada e fronteira.

A primeira, nominada como “forçada” trata-se do uso de dados para a tomada de decisão, com o disparo de alertas, que embora muitas vezes sejam intuitivos, eles também podem ser intrusivos. O grande desafio é encontrar o equilíbrio para aproveitar da melhor forma a quantidade de insumos fornecidos.

Já a descoberta encorajada trata-se do conhecimento inovativo acessível para os profissionais da saúde, incorporado no fluxo de trabalho clínico, sem atrapalhar a rotina com um alerta forçado e acesso em momentos oportunos. Enquanto a guiada, está vinculada ao aprendizado conquistado através do contato com profissionais mais experientes que fornecem conselhos e recomendações valiosas. Para o SDC, o exercício torna-se uma “referência eletrônica” tão exemplar quanto estes professores da vida médica.

Por fim, a última descoberta refere-se à fronteira, a fim desvendar o futuro da saúde diante do avanço de inovações como a Inteligência Artificial (IA). Apesar dos próximos passos da IA em conjunto com o SDC serem um terreno novo, é primordial atentar-se à força de tecnologias que fornecem respostas instantâneas com apenas uma pergunta, claro, com o respaldo das limitações inerentes da plataforma.

É esperado um ambiente promissor para o desenvolvimento do conhecimento médico aliado ao uso de ferramentas disruptivas.  Em sinergia com o avanço deste mercado, as soluções de suporte à decisão clínica caminharão buscando sempre melhorias que impulsionem os ambientes de saúde, para  proporcionar o máximo bem-estar a quem mais interessa: o paciente.

 

Allan Conti é Diretor Comercial da Wolters Kluwer Health no Brasil