A sustentabilidade tem se tornado um grande valor a ser alcançado na dinâmica urbana das grandes cidades, tais como Belo Horizonte. Assim, as empresas procuram adaptar suas rotinas de modo a se integrarem a modelos de produção cada vez mais sustentáveis, consolidando sua responsabilidade ambiental. No mesmo sentido, percebe-se que as comunidades urbanas, alicerçadas em soluções técnicas de engenharia, passam a desenvolver novos modelos construtivos que se tornem aliados do meio ambiente local, reduzindo os efeitos negativos do adensamento exacerbado.
Em outubro – mês em que é celebrado o Dia Mundial do Engenheiro Civil – verifica-se que a comunidade técnica tem evoluído, a largos passos, no aprimoramento das técnicas construtivas de telhados verdes em diversos aglomerados urbanos mundiais. Segundo Alvimar Alvares Malta, professor do curso de Engenharia Civil da Newton Paiva, o telhado verde consiste em uma vegetação crescente sobre uma camada de solo e outros componentes nas coberturas das edificações. “Ao reter uma parcela das águas pluviais, que atingem os córregos e rios das grandes cidades, está contribuindo para a redução de enchentes e inundações”, acrescenta Malta.
Devido ao adensamento urbano, o solo tem deixado de manter suas coberturas vegetais originárias cedendo espaço a áreas, cada vez mais edificadas, e por consequência, impermeabilizadas. Isso faz com que mudanças ocorram nos mecanismos de infiltração de água nos solos, sobrecarregando os sistemas de drenagem urbanas previamente concebidos. “A partir deste cenário, os municípios deveriam investir em sistemas de drenagem urbana sustentáveis, buscando reduzir os impactos ambientais negativos eventualmente existentes nas soluções clássicas de engenharia”, explica ele. Outras vantagens são observadas com a implantação dos telhados verdes, tais como:
- Conforto térmico: redução local de temperatura, gerando redução do consumo energético de condicionadores de ar;
- Integração entre meio ambiente urbano e áreas verdes;
- Aproveitamento de águas pluviais.
Contudo, a maior parte das edificações não são preparadas para receber o telhado verde. “Um dos problemas pode ser a ausência de um sistema de impermeabilização adequado, já que a cobertura vegetal manterá a cobertura com maiores níveis de umidade. Outro ponto a ser observado é o correto dimensionamento da estrutura para que suporte o peso da camada de solo, da vegetação e da própria água. Caso o telhado verde a sobrecarregue, poderão surgir danos, o que exigiria um reforço estrutural”, adiciona o engenheiro.
Para que as edificações possam adotar essa iniciativa mais sustentável, é necessário ter um bom engenheiro civil. Além disso, essa é apenas uma das alternativas que podem ajudar a melhorar o meio-ambiente urbano das cidades. “Precisamos, cada vez mais, investir em soluções de engenharia que sejam eficientes e sustentáveis. As melhorias trazidas ao planeta proporcionarão melhorias a cada um de nós”, finaliza Malta.