Em um mundo cada vez mais acelerado e repleto de desafios, a importância de criar ambientes que promovam o bem-estar emocional está se destacando , principalmente no ambiente empresarial em função do aumento crescente da síndrome de Burnout. A psicóloga ambiental Sthephani Robson descobriu, por meio de um estudo realizado há alguns anos, que as pessoas mais ansiosas escolhem sentar-se ao lado de paredes, cantos ou divisórias, elementos que segundo ela, proporcionam uma sensação de maior controle sobre o espaço. Portanto, a arquitetura e a decoração desempenham um papel fundamental na criação de espaços que podem ajudar a combater a ansiedade e a depressão, oferecendo refúgios de tranquilidade e conforto.
Segundo Karine de Arimateia, coordenadora do curso de Tecnologia em Design de Interiores e professora no curso de Arquitetura e Urbanismo da Newton Paiva, este assunto é comprovado pelas pesquisas em neurociências e arquitetura. “A área de pesquisa é popularmente conhecida como Neuroarquitetura. O estudo entende que para melhorar os espaços, além das variáveis do ambiente que auxiliam na promoção do bem-estar do usuário – tais como cores, iluminação e outros – faz-se necessário avaliar o público que os frequenta, já que cada indivíduo possui suas próprias experiências”, explica ela.
A Newton Paiva, centro universitário localizado em Belo Horizonte – MG, conta com um Grupo de Pesquisa coordenado pelas professoras Karine de Arimateia e Riviane Bravo, denominado NEURA, vinculado aos cursos de Psicologia, Arquitetura e Tecnologia em Design de Interiores que trabalha este tema. “Os profissionais da área estão buscando continuamente soluções inovadoras para criar ambientes que apoiem a resiliência emocional e a qualidade de vida”, comenta Karine.
Como resultado parcial das pesquisas do grupo, a sala de descanso dos funcionários administrativos do Campus Carlos Luz foi reformada a partir das variáveis ambientais da Neuroarquitetura. O espaço, denominado Espaço Pausa, foi pensando juntamente com a campanha denominada “Faça uma Pausa”, promovida pelo Setor de RH da Newton Paiva.
Dicas de como melhorar o ambiente
Aspectos como escolha adequada de cores, iluminação, texturas dos materiais, conforto acústico e térmico no ambiente são variantes que podem contribuir para o bem estar. À medida que a sociedade reconhece a importância do bem-estar emocional, a integração de elementos de design e decoração que promovam a saúde mental está se tornando uma tendência crescente.
- Cores
As cores das paredes tem o poder de influenciar o humor de quem frequenta um ambiente. Sendo assim, quando se fala de transtornos mentais, as mais indicadas são:
Azul: utilizando uma tonalidade mais clara ou suave, pode transmitir calma e atuar no sistema nervoso e muscular, auxiliando contra a depressão.
Verde: traz a sensação de bem-estar e confiança, diminuindo a sensação de estresse.
Violeta: é associada com a liberdade e a criatividade, deixando o ambiente mais animado e inspirador.
Amarelo: trazendo o sentimento de alegria, estimula a positividade e preenche o espaço com energia.
Branco: essa cor favorece a concentração e tranquilidade, além de oferecer mais luz.
Vermelho: atuando no sistema nervoso, pode trazer mais determinação e ajudar a combater a depressão. No entanto, não deve ser usado em excesso, ou terá efeito contrário.
- Plantas
A biofilia é a conexão do ser humano com a natureza e coisas vivas. Assim, ter plantas naturais no ambiente melhoram a respiração, diminuindo assim o nível de estresse e cansaço mental. O cheiro também pode estimular a produtividade e a qualidade de sono.
- Aromas
Aromatizar o ambiente trabalha o olfato com a união das fragrâncias, auxiliando contra a depressão e a ansiedade. Isso porque trazem sensações de bem-estar, acolhimento e alegria
- Iluminação
É importante permitir a entrada da luz natural caso queira evitar a depressão. A luz solar estimula o corpo a produzir serotonina e, consequentemente, melhora o humor e diminui a ansiedade e o estresse. Assim, investir em janelas pode proporcionar esse benefício.
- Organização
Um estudo publicado na Environment and Behavior, em 2016, por pesquisadores da Universidade de New South Wales, na Austrália, apontou que lugares desorganizados provocam mais estresse nas pessoas, assim como frustração e cansaço. Isso estimula a depressão, que costuma apresentar sintomas como fadiga e desânimo. Portanto, colocar tudo em ordem dá a sensação de controle e de missão cumprida, trazendo segurança.