De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o sexto país em incidência da doença no mundo e o primeiro na América Latina, conforme o Atlas 2021. Atualmente, mais de 15 milhões de brasileiros adultos são atingidos pelo diabetes e a estimativa é de que até 2045 o número suba para 23 milhões.
O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, sendo caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue de forma permanente.
Existem diversos tipos de Diabetes, entre eles: Tipo 1 (causado pela destruição das células produtoras de insulina), Tipo 2 (resulta da resistência à insulina e de deficiência na secreção de insulina), e Diabetes Gestacional (diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação). Segundo o Ministério da Saúde, os outros tipos são decorrentes de defeitos genéticos associados com outras doenças ou com o uso de medicamentos.
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de sangue, para a identificação de hiperglicemia (excesso de açúcar), testes de tolerância oral à glicose e a hemoglobina glicada e o exame de glicemia plasmática em jejum. De acordo com Tatiane Menezes, coordenadora do Curso Técnico em Enfermagem da Fundatec, junto ao diagnóstico é realizada ainda, uma investigação dos sintomas apresentados pelos pacientes.
Entre os principais sintomas do Diabetes estão: urinar excessivamente à noite, fadiga, sede excessiva, perda de peso, alterações visuais e dificuldades de cicatrização. “Após o diagnóstico, o paciente deve realizar uma alteração de hábitos alimentares, controle de peso e acompanhamento, fazendo testes de glicemia capilar HGT. A aderência ao tratamento independe de ser com medicações via oral ou com insulina. Existe uma gama de medicamentos que podem ser associados, mas isto é avaliado pelo médico assistente deste paciente e só ele pode fazer determinadas orientações”, explica Tatiane.
Segundo a enfermeira, o empenho na prevenção pode evitar um número significativo de complicações e mortes pela doença. “O grande problema é que a população em geral tem pouco conhecimento e não realiza o tratamento adequadamente, fazendo com que a doença avance e comecem a surgir as complicações, que acabam sendo inevitáveis pelo alto nível de glicemia no organismo”, destaca.
Tais complicações são danos causados pela Diabetes, entre eles a retinopatia diabética (que pode causar cegueira), a nefropatia diabética (diminuição da capacidade dos rins de funcionar), neuropatia diabética (causa sintomas como dormência e formigamento em membros inferiores e pés) e infecções como o “pé diabético” (quando uma área machucada dos pés resulta em feridas de difícil tratamento).
Conforme a coordenadora do curso de enfermagem da Fundatec, ações informativas, com o objetivo de orientar a população sobre a doença, podem trazer resultados positivos para a prevenção do Diabetes. “A prevenção ainda é o melhor caminho, pois por meio dela podemos evitar que pessoas adquiram a doença ao decorrer da vida, assim como aqueles que já têm possam ter acesso a um tratamento adequado de qualidade para que a doença estacione, evitando complicações que podem ser fatais. Em resumo, a informação e o acesso aos serviços de saúde, que prestem um atendimento de qualidade, são uma peça importantíssima na prevenção e no tratamento”, ressalta Tatiane Menezes.