Esse tipo de câncer provoca alterações fonoaudiólogas que impactam na fala, mastigação, voz e deglutição.
O mês de julho marca o “Julho Verde” em função do Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço celebrado em 27 de julho. Durante todo o mês, a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) promove atividades de prevenção sobre a doença.
Com o objetivo de apoiar esta campanha, sociedades científicas e conselhos profissionais, como o Conselho Regional de Fonoaudiologia do Paraná e Santa Catarina (CREFONO 3) chamam a atenção de toda a população para a importância dos cuidados e a urgência de implementar políticas públicas por parte das autoridades de saúde. Os tumores de cabeça e pescoço são uma denominação genérica do câncer que se localiza em estruturas como boca, língua, palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe (onde é formada a voz), esôfago, tiroide e seios paranasais.
Quando o diagnóstico ocorre de forma precoce e o tratamento é iniciado, há grandes chances de cura. Enquanto que o diagnóstico tardio, que ocorre em 60% dos casos, pode dificultar o tratamento e deixar sequelas no paciente. Este tipo de câncer, provoca alterações fonoaudiólogas, muitas vezes devastadoras, sejam elas na fala, mastigação, voz ou deglutição. É neste momento que o profissional fonoaudiólogo faz toda a diferença, pois ele é o responsável pela habilitação/reabilitação da decorrência que o tratamento oncológico trás.
Dependendo da intervenção médica realizada, seja ela cirúrgica ou abordagem combinada com quimio e radioterapia, o paciente pode ter problemas temporários ou permanentes, como dificuldades para se alimentar, tosse, tempo prolongado para comer, ter a sensação de alimento parado na boca ou garganta, desnutrição, desidratação e perda parcial ou completa da voz.
A fonoaudiologia atua, junto com uma equipe multidisciplinar na reabilitação desse paciente. Enquanto o médico busca curar o doente, o profissional especialista contribui para que haja melhor qualidade de vida.
A Fonoaudióloga especialista em reabilitação no câncer de cabeça e pescoço, Camila Molento, explica que a atuação desse profissional inicia desde a orientação pré-tratamento e se estende até a sua recuperação, visando melhorar as funções de voz, fala e deglutição.
Felizmente, a fonoaudiologia prosperou muito na área de cirurgia da cabeça e pescoço. Abordagens tradicionais, nas quais são realizados exercícios que potencializam tônus e melhoram força, resistência e mobilidade, até o uso de aparelhos como laser e eletroestimulação que auxiliam como complemento na terapia convencional.