A Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) realiza a 7ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. O tema escolhido para 2023 é “Câncer? Não perca a cabeça!”, que pretende alertar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença.
O objetivo principal é ampliar o número de diagnósticos precoces, evitando, assim, o crescente número de óbitos e mutilações graves que comprometem funções vitais dos pacientes como a fala, respiração, alimentação, visão, audição e cognição.
“Receber o diagnóstico de câncer ainda assusta as pessoas; elas se desesperam pelo estigma que a doença ainda tem junto à sociedade. A medicina evoluiu muito e, nos diagnósticos precoces, muitos cânceres são curados. O ‘não perder a cabeça’ refere-se ao fato análogo de que os diagnósticos nesta região do corpo não podem continuar chegando tardiamente”, destaca a fundadora e presidente voluntária da ACBG Brasil, Melissa Medeiros.
Anualmente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) registra cerca de 40 mil novos casos de tumores localizados na cabeça e pescoço. Estes dados incluem neoplasias que se originam em regiões das vias aéreo-digestivas, como cavidade oral, glândula tireoide e laringe.
O número evidencia a necessidade de mais prevenção, melhor diagnóstico e acesso ao tratamento para milhares de brasileiros.
A 7ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço ocorre até 31 de julho, sendo 27 de julho o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço.
Defesa dos direitos do paciente
A presidente da ACBG Brasil, Melissa Medeiros, destaca as conquistas alcançadas desde o lançamento da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Em abril do ano passado, foi sancionada a lei 14.328, que oficializou o
Julho Verde como o mês nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.
“Conseguimos junto ao Congresso Nacional instituir o mês de julho como mês de atenção ao câncer de cabeça e pescoço, que preconiza que as secretarias de saúde façam ações de diagnóstico, cirurgias e prevenção durante todo mês. Já é alguma coisa, mas isso precisa acontecer o ano inteiro”, ressalta.
Melissa afirma que, desde o início do trabalho nacional de conscientização sobre a doença, muitas pessoas pararam de fumar, buscaram diagnósticos precoces e começaram a se cuidar um pouco mais e aos seus familiares.
“Nosso trabalho em advocacy (defesa de direitos do paciente) conseguiu incorporar a laringe eletrônica na tabela do SUS e o reajuste no valor de reembolso da prótese de voz, para dar acesso a todo paciente que perdeu a voz para o câncer de laringe. Porém, essas leis precisam ser cumpridas na ponta e nosso trabalho de fiscalizar e cobrar não parar até que todas as vozes sejam ouvidas”, enfatiza.
Atenção aos sinais e fatores de risco
Os tumores de cabeça e pescoço podem demorar para apresentar sintomas e, muitas vezes, são diagnosticados em estágios avançados.
O tratamento, que pode ser realizado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, tem a possibilidade de deixar sequelas irreversíveis, mexendo com a estética facial, com a deglutição e alimentação, com a fala e a voz.
Por isso, é importante conhecer e ficar atento aos sinais mais comuns destes tipos de tumores, como:
- dor persistente na região da face;
- obstrução nasal persistente;
- sangramento nasal;
- alterações oculares (movimentação ocular ou visão);
- ferida persistente no céu da boca;
- irritação ou dor na garganta;
- perda de peso sem motivo aparente;
- mau hálito frequente;
- dentes moles ou dor em torno deles.
E também evitar os principais fatores de risco:
- Consumo de tabaco (todos os tipos de cigarros, charutos e cachimbos) e álcool;
- infecção viral pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
- consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas emtemperaturas muito altas, como o chimarrão/mate;
- exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo);
- Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos;
- infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.
Mobilizações e ações pelo Brasil
A ACBG Brasil vai mobilizar uma rede de voluntários para que a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço esteja presente, mais uma vez, em todos estados do Brasil, destacando ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, com a participação de pacientes, profissionais de saúde, autoridades e integrantes da sociedade civil. Pelas redes sociais (instagram @acbgbrasil e facebook @acbgbrasil) será possível acompanhar as iniciativas e apoiar a ACBG Brasil.