As organizações já perceberam que um bom profissional, atualmente, não é mais a pessoa que se destaca apenas nas habilidades estritamente técnicas. Em um mercado cada vez mais competitivo e em constante transformação, para que o trabalho possa ser desenvolvido com excelência é necessário ter também as chamadas soft skills, termo em inglês para designar as habilidades pessoais de cada um.
Neste cenário, essas competências socioemocionais têm se mostrado fundamentais para que os profissionais possam cumprir seus objetivos no mundo corporativo. Tanto para quem busca uma contratação como para quem deseja alcançar novas posições dentro de uma organização, é preciso estar ciente de que muitas empresas e áreas de Recursos Humanos já consideram as soft skills tão ou mais importantes que as competências técnicas.
De acordo com Sandra Domingos, coordenadora de Atendimento Corporativo do Senac São Paulo, a crise sanitária de Covid-19 e os impactos por ela causados aumentaram a necessidade de profissionais com competências de resiliência e flexibilidade para lidar com fatores tão diversos quanto as mudanças do mercado, o estresse e a pressão decorrente da retomada da economia.
Ainda segundo a coordenadora, entre os principais grupos de RH, consultorias e revistas especializadas há algumas soft skills que se destacam e são, portanto, mais valorizadas pelo mercado corporativo. São elas comunicação, liderança, flexibilidade e resiliência, trabalho em equipe, criatividade, proatividade, empatia, ética no trabalho, pensamento crítico e atitude proativa.
Por serem características mais subjetivas, muitas vezes surge a dúvida sobre como o profissional pode descobrir se possui ou não determinada soft skill. Para Domingos, um trabalho de autoconhecimento neste caso é fundamental, dedicando “bastante atenção aos próprios traços de personalidade e às atitudes do dia a dia profissional”.
Outra dúvida recorrente recai sobre a maneira como indicar as habilidades pessoais no currículo ou em plataformas como o LinkedIn. A esse respeito, a especialista orienta que as competências comportamentais não devem ser listadas apenas nominalmente. “Para descrevê-las, é importante dar exemplos contando situações aplicadas ou vividas e que demonstrem a utilização de uma habilidade pessoal”, afirma.
Educação corporativa e as soft skills
Muito embora as soft skills sejam características individuais, é essencial que as organizações, na figura de seus líderes e gestores, implementem ações, atividades e processos que promovam reflexões nos funcionários em relação às suas habilidades individuais e como eles podem desenvolvê-las.
“O trabalho no progresso comportamental dos funcionários deve ser apoiado e complementado pelo RH por meio da educação corporativa, ofertando cursos e ações de desenvolvimento pensando nas soft skills”, comenta Sandra. Ela ainda diz que devem ser elaborados planos de desenvolvimento individuais pautados nas percepções do próprio indivíduo, do líder e da própria organização.
“As ações de educação corporativa são importantes ferramentas para o desenvolvimento das soft skills. Para desenvolver estas competências boas dicas seriam treinar ações práticas e situações reais que exijam estas a habilidades, como simuladores virtuais, serious games, roleplay e quiz, por exemplo”, conclui.