A primeira americana a viajar ao espaço é lembrada em diálogo da série de sucesso da HBO, resgatando a história desta célebre e inspiradora astronauta
A corrida espacial foi um dos principais períodos que marcaram a Guerra Fria, disputa entre o polo capitalista ocidental, protagonizado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, encabeçado pela União Soviética. As duas grandes e antagônicas potências disputavam a conquista espacial por meio de lançamentos de foguetes e satélites.
A União Soviética saiu na frente. Em 1957, lançou o primeiro satélite artificial, o famoso Sputnik. O Explorer I, americano, só viria a ser lançado no ano seguinte. No mesmo ano do Sputnik, a cadelinha russa Laika seria enviada ao espaço, sendo o primeiro ser vivo a ver a Terra de fora. O primeiro homem, o russo Yuri Gagarin, tinha apenas 27 anos, em 1961, quando viajou a bordo do Vostok 1.
Não tardou e a primeira mulher também se tornaria uma cosmonauta, sinônimo soviético para astronauta. Valentina Tereshkova viajaria sozinha em 1963. A primeira americana só veria o espaço em 1983, mas seu feito tardio não a deixou menos famosa. Pelo contrário, ainda é bastante reconhecida por este feito, ainda celebrado nas produções atuais, como no caso da série de sucesso da HBO, The Last of Us.
A produção de 2023, uma adaptação do game de sucesso exclusivo da plataforma PlayStation, conta a história de dois sobreviventes de um surto infeccioso causado por um fungo, responsável por transformar humanos em uma espécie de zumbi. A garota Ellie, vivida por Bella Ramsey, é imune ao fungo, o que a torna uma chave para a descoberta de uma cura. Joel, vivido por Pedro Pascal, é contratado para levá-la até fora da área de quarentena para que isso aconteça.
Em um dos episódios da série, Ellie relata para Joel que, caso o mundo não tivesse sido devastado pela invasão zumbi, ela gostaria de ser uma astronauta, assim como Sally Ride. A menção ao nome da astronauta americana levou muitas pessoas a quererem conhecer mais sobre a história desta mulher doutora em astrofísica.
Nascida em maio de 1951, em Los Angeles, demonstrou desde cedo interesse pelas ciências exatas e pela ciência. Apoiada pela família, concluiu um bacharelado em física, um mestrado em física e também um doutorado em astrofísica pela Universidade de Stanford. Entrou para a NASA ao ver um anúncio da agência que procurava recrutar garotas para um programa de astronáutica.
Selecionada em meio a mais de 8.000 concorrentes, passou por muitos treinamentos. Durante os períodos em que esteve treinando em solo, Sally participou de missões como oficial de telecomunicações e desenvolveu algumas tecnologias que seriam aplicadas às naves, como, por exemplo, um braço robótico. Por conta do know-how adquirido, foi selecionada para integrar a equipe do Challenger.
Em 18 de junho de 1983, Sally Ride foi lançada ao espaço a bordo do Challenger, na missão STS-7. Esta missão colocou em órbita dois satélites de comunicações, resgatou um satélite avariado e também realizou uma série de experimentos. Ao chegar em terra firme, Sally virou uma celebridade instantânea. Ela voou mais vezes, acumulando mais de 300 horas de experiência. Deixou a NASA para lecionar física em Stanford, após a explosão do Challenger III.
Apesar de tantas conquistas, passou pela barreira do sexismo e do preconceito, não sem antes inspirar muitas mulheres. Recebeu muitas honrarias, até mesmo do ex-presidente americano Barack Obama, quando de sua morte, em 2012, por conta de um câncer. Sally Ride continua sendo um exemplo para todos que pretendem estudar o que amam, seja cursando física ou mesmo uma faculdade de veterinária.
