– Representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Finep, Embrapii e MEI elencaram os principais instrumentos de incentivo à inovação presentes no país e em quais pontos ainda é preciso evoluir
– Durante a ocasião, foram discutidos os impactos da inovação no plano de negócios das empresas e as políticas públicas para estimular o setor de PD&I no mercado brasileiro
Com o objetivo de fomentar as discussões acerca da inovação das empresas no Brasil, o FI Group, consultoria multinacional especializada na gestão de mecanismos públicos de fomento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), reuniu as principais entidades do setor na última quinta-feira, 13 de abril, para a segunda edição do evento “Falamos de Inovação”.
A abertura do evento foi realizada pelo Chefe de Gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (SETEC – MCTI), Osório Coelho Guimarães Neto, que destacou a importância de vincular a inovação aos benefícios que ela traz para a sociedade brasileira.
Na sequência, foi proposto um debate sobre o impacto da inovação nos negócios e os métodos e ferramentas para a gerir, por meio da primeira mesa redonda, junto ao Sócio Fundador da Consultoria em Gestão Empresarial Palas, Alexandre Pierro; a Coordenadora-Geral de Governança Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), Eliana Emediato; o R&D Director da líder global de construção leve e sustentável, Saint Gobain, Gabriel Gorescu; e o Country Director do FI Group no Brasil, Rafael Costa.
Na oportunidade, os executivos reforçaram os métodos e tecnologias atuais aplicados à gestão da inovação, a fim de auxiliar as empresas a acompanharem de perto a jornada dos seus projetos, desde a concepção da ideia até a implementação em linha produtiva. Entre os pontos elencados estavam as ferramentas digitais para controle e acompanhamento das tarefas e investimentos, grandes auxiliadoras no processo de gestão dos diferentes mecanismos públicos de fomento à inovação.
O R&D Director da Saint Gobain, Gabriel Gorescu, destacou que não se trata unicamente de uma questão de método e ferramenta, mas de cultura na companhia, pois a inovação não se desenvolve apenas em uma área, muito pelo contrário. “É importante que todas as áreas façam parte do processo e disponham de certa flexibilidade no seu dia a dia para participar destas atividades”, comentou. O executivo ainda detalhou sobre como a Saint Gobain consegue desenvolver projetos, inclusive em cooperação com outras empresas do Grupo em diferentes países, demostrando o grande compromisso da companhia no tocante à inovação como pilar estratégico para um desenvolvimento sustentável.
Já o segundo debate, acerca das políticas transversais de fomento à inovação, contou com a participação da Coordenadora de Parcerias Estratégicas – Especialista de Inovação da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, Debora Carvalho; o Coordenador-Geral de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (CGPI) do MCTI, José Afonso Cosmo Junior; o Gerente de Mobilização Empresarial da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), José Menezes, o Superintendente da Área de Inovação 4 da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), William Rospendowski; e o Diretor de Inovação Américas do FI Group, Feliciano Aldazábal.
Políticas de fomento à inovação
No decorrer do evento, foram divulgadas diversas informações inéditas, como o andamento das análises dos relatórios de anos anteriores sobre a Lei do Bem e as ações para corrigir os passivos relacionados a essa temática. Segundo o Coordenador-Geral de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (CGPI) do MCTI, José Afonso Cosmo Junior, o status das análises dos relatórios está evoluindo. “O MCTI já conta com 100% das primeiras análises do ano de 2018 concluídas e está aguardando apenas as liberações via lotes. Já em relação ao ano de 2019, estão pendentes de análise apenas 22% dos relatórios”, disse e comentou ainda que um novo módulo de comunicação com as empresas foi lançado no início de 2023, facilitando a comunicação e o envio dos pareceres.
William Rospendowski, Superintendente da Área de Inovação 4 da FINEP, aproveitou a ocasião e destacou a liberação de recursos do FNDCT, um contingenciado de R$ 4,2 bilhões, resultando em um total de R$ 10 bilhões que serão destinados para os editais e para crédito ainda em 2023. “A expectativa é que a publicação desses editais ocorra a partir de maio. Além disso, está próxima a publicação do Projeto de Lei que altera a TJLP para TR, reduzindo assim os custos com contratação de financiamentos junto a FINEP”, pontuou.
O Gerente de Mobilização Empresarial da Embrapii, José Menezes, comentou que a instituição já ultrapassa a marca de dois mil projetos apoiados e fez um breve balanço do programa Inova +, que é um dos pontos de parceria da Embrapii com o BNDES. “Estamos dispostos a organizar um encontro denominado ‘Embrapii Day’, para apresentação das instituições, facilitando assim o relacionamento entre as partes”, ressaltou.
Além disso, vários foram os questionamentos que movimentaram os debates, como: com quais instrumentos de fomento à inovação as companhias brasileiras podem contar? Por que grande parte das empresas que se consideram inovadoras não usufruem da Lei do Bem? E, ainda, quais as mudanças que precisam ser realizadas na Lei do Bem para que o incentivo tenha maior aderência e eficácia no país.
Para se ter uma ideia, conforme pontuou o José Afonso Cosmo Junior, das cerca de 33 mil empresas que se consideram inovadoras no Brasil, menos de 10% usufruem da Lei do Bem. Nesse sentido, parte do debate se desdobrou sobre o Projeto de Lei 4944/20, que propõe alterações na Lei do Bem, e dentre os pontos de atenção levantados pelas entidades, estavam a mudança de categoria do lucro, regimes de tributação, e até mesmo, ajustes para que startups possam ser contempladas de maneira mais abrangente.
Por fim, o Country Director do FI Group no Brasil, Rafael Costa, reforça a importância de reunir esses importantes players do mercado para trazer à tona os desafios e oportunidades do mercado de inovação brasileiro. “Por mais que a inovação esteja no DNA de muitas empresas, nem todas conseguem ter a dimensão das alternativas que o mercado proporciona para fomentar esse processo, tanto por meio de instituições públicas, como privadas. Desta forma, reunir tantos agentes de inovação neste evento permitiu esclarecer essas possibilidades às empresas e, certamente, contribuir para a aceleração de seus processos de inovação”, finalizou.
Sobre o FI Group
FI Group é referência no setor de financiamento de PD&I. Com um know-how de mais de 20 anos, o grupo é especialista na obtenção mecanismos públicos de fomento à PD&I, tais como financiamentos, subvenções econômicas e incentivos fiscais. A consultoria assessora as empresas na gestão de incentivos fiscais (tais como Lei do Bem, Ex-Tarifário, Lei de Informática, Rota 2030, entre outros) e no financiamento da PD&I, por meio da concepção e da implementação de ações que visam maximizar o desenvolvimento tecnológico e econômico de seus clientes. Globalmente, o FI Group trabalha com mais de 18.000 empresas, e trabalha e valida anualmente mais de 20 mil projetos.