Expectativa é que 2 milhões de moradias sejam entregues até 2026, sendo que cerca de 50% dos imóveis financiados e subsidiados pelo programa sejam direcionados para a população que se enquadra na faixa 1.
O novo formato do Programa Minha Casa Minha Vida foi relançado oficialmente no último dia 14/02 pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida provisória deve beneficiar a partir de agora milhares de famílias que possuem renda bruta de até R$ 8 mil mensais.
Agora, o foco do novo MCMV deve se concentrar para a chamada faixa 1, composto por famílias que possuem renda máxima de R$ 2.640,00. Com isso, a expectativa é que sejam entregues 2 milhões de moradias até 2026, sendo que cerca de 50% dos imóveis financiados e subsidiados pelo programa sejam direcionados para a população que se enquadra na faixa 1.
Outra novidade desse novo formato do Minha Casa Minha Vida é a ampliação da possibilidade de aquisição de imóveis urbanos usados, também por meio do programa. Anteriormente, o programa não permitia a aquisição de imóveis usados, mas só de moradias novas. “Essa revisão pode ser considerada como a grande surpresa dessa nova versão do Programa”, analisa Fabiane Guiraud de Souza, Diretora Geral de Vendas da Clarim Imóveis, uma das maiores e principais imobiliárias de Campo Largo.
A nova versão do MCMV prevê incluir, ainda, famílias em vulnerabilidade e que são consideradas como em situação de rua. Segundo dados do último levantamento do Plano Estadual de Habitação, feito pelo Governo do Paraná em 2019, mais de 500 mil famílias possuem problemas de moradia adequada, situação que vem piorando nos últimos dois anos.
Expectativa de aumento na procura por imóveis
A reestruturação e o relançamento do programa devem mexer e impulsionar ainda mais o mercado imobiliário. Para Fabiane, a busca por imóveis, que já é considerada alta por este público, tende a crescer de maneira significativa. No entanto, a especialista alerta sobre o déficit de produto [imóveis disponíveis para venda] para atender a esse possível aumento na demanda
“Quando falamos em Minha Casa Minha Vida, regiões metropolitanas têm grande vantagem competitiva nesse cenário, já que elas acabam sendo favorecidas por conta do custo do terreno, que é menor em relação aos localizados em capitais, fator importante que ajuda a viabilizar com que construtoras lancem um maior número de empreendimentos e, consequentemente de imóveis para este programa”, afirma.
Mercado de locação pode se beneficiar
Segundo a executiva da Clarim, a reformulação do programa deve contemplar também projetos correlatos, como o de locação social de imóveis em áreas urbanas. A perspectiva é que isso contribua para um alcance ainda maior do principal programa social do atual governo. “Esse pode ser um passo importante para levar o acesso à moradia mais longe e para muito mais pessoas”, finaliza.