Por José Roberto Ribas Filho, vice-presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon)
A pecuária é apontada por alguns, sem o devido conhecimento técnico, como a principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa. Não é verdade. As estatísticas oficiais comprovam: o maior responsável disparado por CO2 na atmosfera – causa de 74% dos GEE – são os combustíveis fósseis.
A pecuária emite somente cerca de 3% dos GEE, mas – o que nunca entra na conta – também sequestra carbono e fixa no solo mais do que emite. Portanto, a atividade tem saldo é positivo, apesar de muitos não quererem enxergar.
Entendo que a prioridade número um do planeta é acabar com a fome, que implacavelmente atinge mais de 1 bilhão de pessoas. Conclusão óbvia: é preciso aumentar a produção de alimentos, para oferecer comida em mais quantidade e menor preço.
Nos países desenvolvidos, a Revolução Industrial ocorreu bem antes do que no Brasil. Consequência desse processo, as nações da União Europeia e os Estados Unidos desmataram suas florestas para sustentar o seu desenvolvimento com produção agrícola, mineração, infraestrutura etc.
Nós e os demais países em desenvolvimento precisamos aumentar nossa produção e infraestrutura para gerar empregos e melhorar as vidas das pessoas.
Que fique bem claro: não sou favorável ao desmatamento ilegal. Mas precisamos pensar numa forma de não ter nosso desenvolvimento – que é extremamente necessário especialmente para a população mais carente – comprometido e sermos recompensados pelos países que desmataram suas florestas, se desenvolveram e têm seu povo em condições muito melhores de vida.
Nosso Código Florestal é o mais rígido do mundo. Além disso, somos os maiores preservadores do meio ambiente do mundo. De longe! E essa preservação é executada e financiada pelo agronegócio.
O desmatamento ilegal é obra, principalmente, de criminosos. Em especial de grileiros, que são na realidade ladrões de terras. Ocupam áreas públicas e desmatam para tomar posse. O negócio deles é exclusivamente imobiliário.
O produtor rural, por sua vez, prioriza o aumento da oferta de alimentos, contribuindo para gerar empregos, aumentar a arrecadação do Estado, melhorar a balança comercial e diminuir a fome no mundo – aquela que atinge 1 bi de pessoas.
Não tem sentido nem é justo atacar o agro. Se há quem comete crimes, trabalha sem ética e sem responsabilidade social e ambiental, precisa ir para a cadeia. A grande maioria dos produtores é honesta, contribui para o desenvolvimento do país e para colocar comida na mesa dos brasileiros e de mais de 180 países. É esse agronegócio que me faz brilhar os olhos e contribui para um mundo melhor e sem fome.