Separar o dinheiro em partes pode auxiliar o trabalhador a observar melhor os seus gastos e perceber para onde o dinheiro está indo
Com toda a crise financeira que assola o país, o brasileiro tem investido mais tempo em formas de educar-se financeiramente para conseguir administrar de modo mais eficaz o seu dinheiro e pagar as contas no fim do mês. Mas, ainda assim, a maioria não consegue fechar as contas ou ter algum valor para investir em si mesmo e em seu bem-estar, como ir ao cinema ou ao shopping, por exemplo. Quando a situação financeira começa a apertar, é sinal de que está na hora de rever gastos e pensar em formas alternativas de controlar melhor as finanças.
Pode ser que o padrão de vida que a pessoa esteja vivendo seja um degrau acima do que ela pode sustentar, ou mesmo por desorganização financeira e descontrole dos gastos. Assim, para começar a educar-se financeiramente, muitos educadores indicam separar a renda mensal por categorias, como educação, saúde, moradia, alimentação, lazer e investimentos. Separar o dinheiro em partes pode auxiliar o trabalhador a observar melhor os seus gastos e perceber para onde o dinheiro está indo.
Para quem não tem o hábito de poupar, uma técnica eficaz é sacar o dinheiro recebido mensalmente e separá-lo em casa, em potes ou envelopes, devidamente identificados nas categorias essenciais e que fazem parte do cotidiano daquela família. A principal vantagem dessa técnica é poder ver o dinheiro entrando e saindo, assim o responsável financeiro pode ter mais controle das despesas e ajustá-las, conforme a necessidade mensal. Todavia, o ideal é que não se retire dinheiro de um pote para o outro, ou, caso seja necessário, que isso não se torne rotineiro, visto que é importante manter um padrão de gastos mensais dentro do que cabe no orçamento familiar.
Embora a estratégia de guardar dinheiro manualmente seja muito eficaz, é importante não abrir mão do que a tecnologia tem a oferecer para o controle das finanças. Criar planilhas para anotar todas as entradas e os gastos mensais é essencial, bem como aproveitar que muitos aplicativos bancários já demonstram o que está sendo gasto em cada categoria.
Quanto separar do salário por cada categoria?
De acordo com diversos educadores financeiros, o essencial é que se separe cerca de 60% do salário para as despesas essenciais e o restante seja dividido em outras categorias. Dentre as despesas essenciais, estão incluídos os gastos com aluguel, alimentação, energia elétrica, água, telefone e internet. Nas demais categorias, pode-se reservar cerca de 10% dos gastos com educação e 10% para bem-estar e lazer. Ainda, é importante separar 10% dos rendimentos para reserva de emergência e mais 10% para investimentos em longo prazo.
Quando se separa o dinheiro por categorias, é mais fácil planejar-se financeiramente, pois assim a família consegue saber para onde o dinheiro está indo e onde deve-se reorganizar os gastos. Uma renda bem planejada ajuda a manter a tranquilidade familiar e contribui para alcançar outras metas que antes pareciam inviáveis, como aquela viagem internacional, uma reforma na casa, um carro novo, organizar o casamento, entre outros objetivos pessoais e familiares. Além disso, é possível aproveitar melhor todo o dinheiro que entra, como férias e antecipação de pagamento do 13º salário, para quitar dívidas ou mesmo aumentar os valores aplicados na categoria de investimentos em longo prazo e metas pessoais.
Como organizar as finanças pessoais e familiares?
O ideal é buscar educar-se financeiramente antes de a situação tornar-se crítica. Todavia, muitas pessoas só iniciam essa etapa após as contas apertarem. Assim, veja algumas dicas para não deixar as dívidas aumentarem e evitar transtornos no final do mês:
Planejamento financeiro: é essencial procurar auxílio profissional para ajudar a controlar os gastos. A educação financeira é essencial para conseguir planejar o orçamento e os gastos mensais. Analise os gastos fixos e variáveis e veja onde estão as maiores despesas familiares. Não se esqueça de incluir no planejamento os gastos anuais, como IPTU, IPVA, matrícula e gastos com materiais escolares, caso tenha crianças em casa.
Estabeleça metas: elas podem ser pessoais ou familiares. Pode ser uma reforma na casa ou férias naquele lugar tão sonhado. O importante é ter uma meta em mente e começar a economizar para alcançar esse objetivo, assim consegue-se realizar a meta sem comprometer o orçamento mensal. Uma dica é realizar o desafio das 52 semanas, onde se pode poupar um valor semanal, que pode iniciar com valores de R$ 1 a R$ 10. O objetivo do desafio é ajudar a guardar dinheiro, começando com valores menores, que vão aumentando ao longo das semanas, para que a transição seja mais tranquila.
Restrinja os gastos: pode ser que os gastos essenciais não possam ser reduzidos, para não diminuir a qualidade de vida da família, mas quem sabe aqueles almoços diários fora de casa possam ser substituídos por marmitas caseiras? Ou mesmo colocar as contas em débito automático para evitar pagar multas e juros altos que comprometem o orçamento? Sempre dá para encontrar pontos que podem ser economizados para desafogar o orçamento.