Os dois principais desafios das empresas nacionais, para conseguirem efetivar as transformações digitais necessárias à realidade global, são a reformulação do modelo de negócio e do ambiente organizacional. A afirmação é resultado de uma pesquisa desenvolvida em 2021, com líderes de 300 organizações brasileiras, pela consultoria Robert Half – Talent Solutions.
As informações obtidas no estudo corroboram com o cenário identificado, já que na avaliação dos respondentes, as áreas prioritárias (em investimentos) se diferenciam de acordo com o tamanho do negócio.
Para 29% dos representantes de pequenos negócios, a alocação de recursos deve ser direcionada para operações, produção e serviços. Em contrapartida, 24% das organização de médio porte e 31% de grande porte, citam como prioridades, investimentos em sistemas de gestão, seguidos pelos departamentos de marketing, vendas e relacionamento com clientes.
Por outro lado, o desenvolvimento de competências entre os funcionários e apoio ao departamento de Recursos Humanos foram citados por apenas 6% dos entrevistados. Sendo assim, é preciso pontuar a importância de incluir aspectos técnicos e humanos na reformulação dos atuais modelos de gestão.
Na avaliação da coordenadora da pós-graduação em Gerenciamento de Projetos – Práticas do PMI do Senac EAD, Mônica Mancini, a equipe de recursos humanos tem um papel essencial na formação continuada dos funcionários de uma organização.
“A equipe de RH identifica as necessidades de qualificação dos colaboradores e direcionam o plano de carreira. Por esse motivo, os profissionais têm uma atuação relevante no gerenciamento e retenção de talentos humanos. Além disso, não podemos esquecer que as organizações são feitas de pessoas e investir no aperfeiçoamento profissional fará toda a diferença na performance da equipe”, argumenta.
Investimentos em gestão e controle interno
Um dos pontos de partida, para iniciar a transformação tecnológica em uma organização, é a implementação de uma gestão eficiente que reúna informações estratégicas, colaborando para a efetividade do controle interno. Nesse sentido, a coordenadora de pós-graduação do Senac EAD, destaca os softwares essenciais:
– Sistemas de Processamento de Transações (SPT): permitem aos gestores acesso às informações mais utilizadas no cotidiano de trabalho, entre elas: contas a pagar e receber, folha de pagamento, etc.
– Sistemas de informações Gerenciais (SIG): Por meio das informações coletadas nos sistemas transacionais, é possível realizar consultas e obter relatórios para a gerência. Desse modo, os dados auxiliam na tomadas de decisões como por exemplo, relatórios de posição da carteira de produtos e cadastros de clientes.
– Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): auxiliam os funcionários a tomarem decisões inteligentes e bem informadas sobre vários aspectos de uma operação. Este tipo de sistema pode executar ações que colaboram com a resolução de várias situações, tais como: identificar, simular, calcular, avaliar, sintetizar e comparar dados. Por exemplo: simular a prestação do valor financiamento de um carro, baseado nas variáveis de taxa e prazo.
– Sistemas de informação executiva (SIE): a informação é apresentada em de uma interface gráfica e com informações consolidadas. Normalmente os dados são mostrados por meio de dashboards (painéis), como por exemplo, no acompanhamento de vendas de produtos em uma loja.
Mônica acrescenta que existem pacotes de aplicações empresariais relevantes como: Sistema ERP (Enterprise Resource Planning), Sistema CRM (Customer Relationship Management) e Sistema SCM (Supply Chain Management). “Em linhas gerais, esses são os principais sistemas que as empresas precisam adotar, a fim de alcançarem eficiência e assertividade operacional nos processos internos e ainda, nas negociações comerciais”.
Novos processos na comunicação interna
Considerando que a transformação digital atinge todos os setores de uma empresa é preciso destacar as mudanças na comunicação interna. De acordo com a especialista do Senac EAD, as organização estão inseridas em ambientes vulneráveis e em constantes mudanças.
“A comunicação interna é uma das formas que uma organização tem para se comunicar com os colaboradores, com vistas à motivação dos funcionários e o desenvolvimento e a manutenção de um clima organizacional positivo. É também uma ferramenta que permite que a administração torne comum as mensagens destinadas a: motivar, estimular, considerar, diferenciar, promover, premiar e agrupar os integrantes de uma organização, ajudando no cumprimento de metas estratégicas da organização e no crescimento das atividades, serviços e linhas de produtos”, esclarece.
Desse modo, o novo cenário vai além da produção de publicações internas, vídeos ou plataformas de intranet. Os funcionários das organizações devem conhecer a visão, missão e estratégias de suas empresas e terem objetivos claros e bem definidos. Para tanto, a comunicação deverá ser clara e transparente, caso contrário, torna-se difícil estabelecer metas para serem alcançadas e promover o engajamento de todos.
Outro ponto relevante é a instituição de programas continuados de formação profissional, priorizando o enfoque nos conhecimentos e aperfeiçoamento de sistemas e plataformas digitais.
“Isso pode ser feito por meio de parcerias entre universidades e empresas com cursos de pós-graduações, workshops, treinamentos internos via e-learning, incentivando a busca por certificações. É importante que os funcionários absorvam o conceito de lifelong learning, ou seja, o aprendizado ao longo da vida. Essa condição é fundamental para que estejam preparados frente aos desafios organizacionais, do presente e futuro”, conclui.
Dicas de especialização em tecnologias corporativas
Mônica compartilha dicas de pós-graduações para profissionais que desejam aprimorar os conhecimentos em tecnologias organizacionais. Essa condição é fundamental para quem deseja desenvolver um plano de carreira, na área de Tecnologia da Informação (TI). Confira os títulos oferecidos pelo Senac EAD:
– Engenharia da Qualidade de Software: especializa o profissional que quer atuar na área de desenvolvimento de sistemas, ou seja, os desenvolvedores. Este especialista atenderá as demandas de sistemas com foco em negócios. Porém, para que este sistema ser executado, é necessário existir uma infraestrutura de TI e segurança da informação
– Cloud Computing e Segurança da Informação: as duas especializações oferecem conhecimentos para os profissionais atuarem nestes contextos, ou seja, gestores/analistas de cloud e gestores/analistas de segurança da informação.
– Gestão e governança da Tecnologia da Informação: para que a TI atue de forma eficiente e eficaz, é necessário ter gestores com uma visão holística da empresa e que estejam preparados para atenderem todas as demandas organizacionais por meio da tecnologia da informação.