Varíola: Rio Grande do Sul tem 5 casos confirmados

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Professora da Faculdade Anhanguera aponta as diferenças entre a Varíola, doença erradicada na década de 1980, e a Monkeypox, que tem registrado 5 casos no RS

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul informou que neste mês de julho mais uma pessoa foi contaminada pelo vírus da varíola, resultando em 5 casos no Estado até o momento.

Afinal de contas, que doença é essa? A coordenadora do curso de Biomedicina e Farmácia da Faculdade Anhanguera, Profa Dra Janice Luehring Giongo, explica que a varíola foi erradicada (ou seja, não existe mais entre a população) na década de 1980 depois de uma grande campanha internacional de vacinação promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A atual varíola é causada pelo vírus  Monkeypox (MPXV), termo designado pela OMS, a fim de não ser mais usada a expressão varíola dos macacos, dessa forma, deixa-se de estigmatizar os animais, pois o surto não tem relação com os macacos, apenas foi identificado inicialmente neles”, diz Janice.

A varíola era causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae e a transmissão acontecia de pessoa para pessoa, a partir da inalação de gotículas contendo o vírus, eliminadas ao tossir, espirar ou falar, ou contato direto. Na época do surto de varíola, como não havia cura, a recomendação era esperar o organismo do paciente reagir e combater o vírus. Havia dois tipos de varíola: a varíola major, tipo mais radical da doença, que levava 30% dos doentes à óbito; e a varíola minor, um tipo mais leve que levava a óbito apenas 1% dos doentes.

“A doença foi erradicada no Brasil, por isso a vacina não faz parte do calendário vacinal desde a década de 1980. Contudo, quem foi imunizado naquela época ainda tem alguma proteção contra a Monkeypox”, explica a especialista.

Monkeypox 

A monkeypox é uma zoonose silvestre viral (transmitida aos seres humanos a partir dos animais) que ocorre em regiões como as florestas da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus Monkeypox, que pertence ao gênero Orthopoxvirus, e foi observada inicialmente em macacos em um laboratório em 1958, na Dinamarca.

Os sintomas da Monkeypox são semelhantes aos da Varíola, mas com menor gravidade: febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão, além de lesões na pele que se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para o corpo. Essas lesões se assemelham à catapora ou à sífilis até formarem uma espécie de crosta, que depois cai.

A transmissão da doença se dá a partir do contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos e materiais contaminados, como roupas de cama.

O possível surto foi identificado primeiro em pacientes do Reino Unido que não tinham viajado para regiões endêmicas, e a OMS ainda não identificou a fonte de transmissão desses novos casos. Como surgiram casos em outros países, isso pode significar que está havendo transmissão comunitárias em tais nações.

“As transmissões atuais têm acontecido por meio de contato físico entre pessoas sintomáticas. Para evitar a propagação, recomenda-se àqueles que tenham sintomas que possam indicar a doença, procurar rapidamente o serviço de saúde para receber tratamento adequado e cumprir as medidas sanitárias necessárias para impedir que outras pessoas sejam contaminadas”, finaliza a docente.