Tabagismo é responsável pela maioria das mortes evitáveis no mundo

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O Dia Nacional de combate ao fumo alerta a sociedade sobre os riscos para a saúde de tabagistas e fumantes passivos

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) alerta que o tabagismo é uma doença crônica e causa outras enfermidades. É responsável por levar à morte 443 brasileiros todos os dias, embora os óbitos decorrentes do ato de consumir tabaco sejam evitáveis, ainda há muitos fumantes. Não fumar ou parar é a principal forma de prevenir o câncer de pulmão, de cavidade oral, na laringe, faringe e esôfago.

O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. Já o câncer de boca afeta lábios e demais estruturas, como gengivas, bochechas, palato duro, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo dela.

Em dados reunidos pelo Inca, a última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. Apenas no Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 2015. Em cerca de 85% dos diagnósticos, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco, sendo o cigarro o mais importante fator de risco para o desenvolvimento da doença.

A coordenadora do curso de enfermagem da Anhanguera, professora Andressa Telles Borges, alerta que fumar também é prejudicial à saúde dos expostos à fumaça, os chamados fumantes passivos. “Quem fuma passivamente também pode desenvolver câncer. A fumaça é tão prejudicial quanto tragar, não há exposição segura”, pontuou.

Anualmente as mortes evitáveis atribuídas ao tabagismo alcançam 37.686 pessoas por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179 por doenças cardíacas, 25.683 outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral.

Andressa adverte ainda que os responsáveis fiquem atentos aos adolescentes, pois segundo Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2019), a exposição ao tabaco se dá de forma precoce. Adolescentes em idade escolar que fumaram pela primeira antes dos 14 anos compõem um percentual de 11,1%, para o País, sendo praticamente igual para meninos e meninas de 13 a 17 anos. A diferença entre os sexos é maior na Região Sul, pois 18% dos fumantes são meninas, e 13,5% meninos.

A fim de informar e colaborar com a saúde da população, a enfermeira Andressa lista mudanças que são benéficas para as pessoas quando abandonam o vício:

– Em 20 minutos, a frequência cardíaca e pressão arterial caem.

– De 2 a 12 semanas a circulação sanguínea melhora e a função pulmonar aumenta.

– De 1 a 9 meses a tosse e a falta de ar diminuem.

– Em 1 ano o risco de doença cardíaca coronariana é cerca de metade do de um fumante.

– Em 5 anos, o risco de derrame é reduzido ao de um não fumante.

– Em 15 anos, o risco de doença cardíaca coronária é o de um não fumante.