Coordenadora do curso de Psicologia da Anhanguera explica de que forma a gerontofobia atinge a população
Identificar as marcas da idade em si mesmo figura entre as principais preocupações da humanidade. Os pés de galinha no reflexo do espelho e a perda do volume facial aparente em fotografias indicam que o processo natural de envelhecimento está acontecendo, porém, carregam simbologias que assombram a mente da população. Embora o medo de envelhecer, conhecido como gerontofobia, não seja registrado na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), o quadro pode evoluir para crises de ansiedade, neurose e depressão.
De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Cynthia Luz Yurgel, a gerontofobia é caracterizada pela aversão aos sinais do tempo no próprio corpo, como rugas de expressão e a diminuição da mobilidade, assim como por pessoas idosas. “Um conjunto de fatores irá definir se o indivíduo convive ou não com essa fobia e os impactos estão relacionados à aparência física, à possível debilidade da saúde e às dificuldades sociais”, afirma a psicóloga.
O medo excessivo e desproporcional da terceira idade pode começar até mesmo em adolescentes e jovens adultos. A preocupação está relacionada com a reflexão sobre a proximidade da morte e com a dificuldade em lidar com as mudanças do corpo. “O envelhecimento não pode ser atrelado exclusivamente ao adoecimento ou ao fim da vida. Essa é apenas mais uma fase da vida, que não é pior nem melhor do que as outras e carrega seus privilégios e benefícios”, considera a psicóloga.
Outros fatores que podem influenciar esse quadro são cobranças sociais que acontecem a adultos sem filhos ou pessoas que ainda não atingiram o sucesso profissional. Como explica o docente da Anhanguera, a corrida para alcançar o status imposto culturalmente pela sociedade pode desencadear traumas e doenças emocionais. O acompanhamento psicoterapêutico é recomendado em casos extremos relacionados a essa preocupação.
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Envelhecer é um processo inevitável e algumas práticas são necessárias para que o caminho dos 60 anos ou mais seja saudável. Segundo a professora Yurgel, a prática de exercícios físicos irá diminuir os riscos de depressão, além de fortalecer os músculos e aumentar a flexibilidade dos movimentos. A prevenção e exames de rotina são importantes para evitar ou tratar de problemas típicos da terceira idade.
A convivência entre gerações diferentes pode promover o envelhecimento saudável e combater a gerontofobia, uma vez que há a compreensão das peculiaridades em ser idoso. “O ser humano precisa de vínculos sociais nos diferentes períodos da vida e a tendência é a de que pessoas mais velhas estreitem o seu campo de interesses, por cansaço ou falta de assuntos novos. É imprescindível manter o contato com amigos ou fazer novas amizades, participar de grupos, para aquecer as dinâmicas sociais”, finaliza.