Descendentes foram fundamentais para o desenvolvimento da economia do Paraná
Carambeí, município do Paraná com pouco mais de 20 mil habitantes, recebeu, há exatos 111 anos, os primeiros imigrantes vindos da Holanda. As famílias não foram as primeiras estrangeiras a chegarem ao Brasil, mas, até hoje, os holandeses, juntamente com outros descendentes, se destacam pela contribuição dada à agropecuária no Sul do Brasil e a outras áreas da economia na Região Norte, desde o século dezessete.
Essa colonização se estendeu a outros municípios do interior do Paraná, como Arapoti, Carambeí e Castro, onde Janet Bosch, filha de imigrantes e conselheira da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), vive atualmente. “Minha mãe chegou ao Brasil em 1953 junto com a família de agropecuaristas, aos 17 anos. Já meu pai imigrou da Holanda para o Brasil sozinho, em 1960, aos 23 anos. Após o casamento, ele largou a profissão de mecânico para virar agricultor”, lembra.
Janet conta que a língua holandesa sempre esteve presente na família, mas que é difícil manter, já que a integração com o povo brasileiro é uma realidade muito forte no dia a dia. Mas outros costumes permaneceram: “eu e meus irmãos fomos criados dentro da cultura holandesa, por isso, muitas coisas estão presentes, como na alimentação, na religião e na educação. O hábito de toda a família se reunir em torno da mesa para fazer as refeições, por exemplo, é algo que tento manter”.
Importância na economia local
No Paraná, a influência dos descendentes holandeses é forte, pois eles foram os responsáveis pela construção de instituições importantes para a cultura e para economia local, como é o caso das cooperativas, que hoje são uma das principais fontes de renda da população. A filha de imigrantes conta que as cooperativas fizeram a diferença nessa integração desde a chegada ao Brasil. “O conceito de ajuda mútua presente nessas instituições faz com que a gente chegue muito mais longe, de forma coletiva e organizada. Nós ajudamos no fortalecimento do setor agropecuário do Estado e isso nos ajudou como pessoas. O resultado é uma comunidade unida e sólida”, destaca.
Segundo ela, essa valorização do trabalho cooperativo está no DNA do povo holandês e impulsionou o desenvolvimento da economia dos Campos Gerais. Fundada por imigrantes holandeses, a Castrolanda, cooperativa que integra a marca de intercooperação Unium, é uma das bacias leiteiras mais produtivas e avançadas do país. “A cultura holandesa tem a característica do empreendedorismo e isso está bem presente na cultura das cooperativas do grupo, faz parte do nosso trabalho”,completa Auke Dijkstra, gestor de estratégia e inovação da Unium.
Sobre a Unium
Marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, a Unium representa os projetos em que as cooperativas paranaenses atuam em parceria. Todas as marcas reunidas pela Unium, inclusive a Alegra, são reconhecidas pela qualidade e excelência.
A Unium também conta com três marcas de lácteos: Naturalle – de produtos livres de aditivos -, Colônia Holandesa e Colaso. No setor de grãos, a Unium conta com a marca Herança Holandesa – farinha de trigo produzida em uma unidade totalmente adequada à ISO 22000, o que a qualifica com elevados padrões de exigência.