Os satélites Carcará I e Carcará II, lançados no final de maio, são os mais novos aliados do bioma brasileiro e ajudarão, entre outros pontos, na visualização de queimadas na região amazônica
A tecnologia cada vez mais é um dos aliados do Brasil nas questões envolvendo o meio ambiente. No final de maio, os dois primeiros satélites de sensoriamento remoto radar do Projeto Lessonia — 1, da Força Aérea Brasileira, foram lançados em órbita baixa.
Batizados de Carcará I e Carcará II, os satélites ampliarão as possibilidades de monitoramento ambiental no País. As imagens captadas serão utilizadas para diversos fins, entre eles o apoio ao combate à mineração ilegal, a visualização de queimadas, a atualização de produtos cartográficos e a determinação da navegabilidade dos rios, além de apoio às operações de vigilância e controle das fronteiras, combate ao tráfico de drogas e monitoramento de desastres naturais.
Os satélites visam atender às necessidades operacionais das Forças Armadas e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), bem como de agências governamentais.
Os equipamentos foram colocados em órbita por um foguete Falcon 9, da SpaceX, no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. O lançamento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais e acompanhado pelo Ministro da Defesa, pelo Comandante da FAB, por Ministros de Estado, Oficiais-Generais da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira, além de outras autoridades.
O Projeto Lessonia consiste na aquisição de uma constelação de satélites de órbita baixa. O sistema de imagem do projeto utiliza um Sensor Ativo de Detecção capaz de gerar imagens em alta resolução a qualquer hora do dia ou da noite, independentemente das condições meteorológicas, pois o sinal emitido atravessa as nuvens. De acordo com a Aeronáutica, cada satélite tem dimensão de um metro cúbico, pesa cerca de 100 quilogramas (kg) e possui cinco painéis solares.
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, destacou, na ocasião do lançamento dos satélites, que a região amazônica será uma das maiores beneficiadas com o monitoramento permanente e com maior precisão nas informações essenciais fornecidas para basear as decisões estratégicas.
Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite
Outra tecnologia aliada da Amazônia é o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Coordenadora e principal executora da política indigenista do Governo Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai) tem na proteção das aldeias uma de suas prioridades.
Nesse sentido, as ações fiscalizatórias e de monitoramento territorial são fundamentais para garantir a segurança das comunidades, bem como para coibir ações ilícitas, tais como extração ilegal de madeira, atividade de garimpo e caça e pesca predatórias.
Entre 2019 e 2021, mais de 1.200 ações foram realizadas e, como resultado, foi constatada uma queda de 33,46 % no desmatamento em Terras Indígenas da Amazônia Legal, segundo dados do PRODES.
A Funai conta, ainda, com o Centro de Monitoramento Remoto (CMR), plataforma web que disponibiliza informações geoespaciais de Terras Indígenas. A tecnologia possibilita o acompanhamento diário de ocorrências como desmatamento, degradação e queimadas em áreas indígenas por meio de imagens gratuitas do satélite Landsat, sensor OLI.