Mulheres com formação STEM têm mais oportunidades no México

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Entre as iniciativas que podem ser realizadas pelos Estados na implementação de políticas de gênero, destaca-se a realização de pesquisas que permitem mapear e conhecer as condições de mercado. Desta forma, podem ser tomadas decisões mais adequadas às necessidades do país.

Nesse sentido, o Instituto Federal de Telecomunicações (IFT) por meio da Coordenação Geral de Políticas de Usuários (CGPU) realizou um estudo qualitativo sobre a percepção do ambiente de trabalho entre mulheres que exercem profissões em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, STEM (em inglês). Entre os resultados, destaca-se que atualmente as mulheres com formação em STEM são percebidas como tendo maior autonomia e visibilidade, além de serem mais valorizadas e preparadas em comparação com décadas passadas.

Este estudo desenvolvido pelo IFT visa fornecer elementos adicionais para continuar promovendo ações em prol da igualdade de gênero e da não discriminação. Seus resultados correspondem às experiências, opiniões e sugestões que as participantes vivenciaram durante o estudo qualitativo, realizado com dois grupos focais de mulheres com profissões que atuam nessas áreas.

Entre outras conclusões do IFT, destacam que, para as mulheres STEM, o futuro no trabalho é um enigma, consideram que, embora haja avanços nas questões de igualdade, ainda há muito a ser feito. Assim, ressalta-se que é importante a existência de um trabalho conjunto entre diversos atores, como governo, iniciativa privada, universidades, formadores de opinião e sociedade civil. Outro ponto destacado pelas entrevistadas foi a necessidade de realizar campanhas de conscientização por meio da televisão ou redes sociais, como o YouTube, que geram um alcance maior.

Entre os pontos negativos, destaca-se o “piso pegajoso”, conceito que remete aos dilemas psicoemocionais vivenciados por algumas mulheres que ocorrem em espaços profissionais, a pressão familiar, social e de parceiros as fazem acreditar que seu lugar “natural” é o espaço privado de cuidado e educação dos filhos, e por isso, passam a se sentir inseguras quanto ao desdobramento de suas habilidades e, diante das dificuldades de conciliar trabalho, vida profissional e familiar, optam por interromper o trabalho e o crescimento profissional.

Também foi destacado o conhecido “teto de vidro”, que são regras não escritas dentro das organizações que dificultam o acesso das mulheres a cargos de alta direção. O “teto de vidro” é uma metáfora que designa um limite para o avanço da mulher na vida pública, gerado por estereótipos e construções culturais da sociedade ao longo do tempo.

O estudo qualitativo incluiu mulheres que trabalham em áreas STEM nos setores público e privado e que residem na Cidade do México. Mulheres que trabalham no IFT também participaram da apuração.

É importante destacar que, dentre as políticas de estímulo às áreas STEM, deve ser considerada a disponibilização de serviços de acesso à banda larga para a população. Nesse quadro, os serviços de banda larga móvel por meio de tecnologias como LTE e 5G se apresentam como uma oportunidade para incluir uma parcela maior da população.

É importante que as autoridades mexicanas disponibilizem maiores porções do espectro radioelétrico às operadoras de serviços móveis para que possam desenvolver esse tipo de serviço. Na mesma linha, é necessário disponibilizar à indústria uma agenda com futuros leilões de espectro para que esses players possam planejar a implantação de suas redes.

Como se vê, a iniciativa do IFT é importante para possibilitar políticas de gênero e inclusão nas TICs. No entanto, é necessário que as autoridades desenvolvam estratégias que estimulem o investimento da indústria para fomentar o acesso à banda larga móvel.

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