Durante a gravidez, o bebê ocupa todos os pensamentos da mãe e do pai, quando este se faz presente; todavia, a mulher também deve ser cuidada nesse processo
Como disse Simone de Beauvoir, não se nasce mãe, torna-se. E esse tornar-se é um processo pelo qual muitas mulheres devem se preparar; afinal, apesar de muitos dizerem que as mulheres nasceram para isso, que ser mãe é natural e instintivo, a realidade é diferente. Ser mãe é desafiador, é um turbilhão de emoções misturado a mudanças físicas e psicológicas. Ser mãe é difícil, mas tornar-se mãe pode ser um pouco mais fácil se estivermos preparadas.
O processo de tornar-se mãe inicia no momento em que se descobrem grávidas. É aquele primeiro impacto cheio de ansiedade, medos, incertezas, mas também amor e felicidade; afinal, é o seu corpo gerando, alimentando e moldando um novo ser dentro de si. O primeiro pensamento sempre é o de preocupação, se o bebê vai se formar direito, se vai ter o suficiente dentro do seu corpo, e se iniciam as buscas por médicos especializados, exames e mais exames de pré-natal, para saber se tudo está bem com o futuro bebê. Mas e a mãe nesse processo?
Normalmente, na gestação, a preocupação com o bebê ocupa todos os pensamentos da mãe e do pai, quando este se faz presente. Todavia, a mulher também deve ser cuidada nesse processo, pois ela não é apenas uma barriga, ela é um ser cheio de emoções e preocupações e que, além disso, está passando por inúmeras mudanças físicas e psicológicas para tornar-se mãe. E não é apenas de exames e alimentação correta que uma mãe precisa no decorrer da gravidez; ela precisa de uma rede de apoio que transmita amor e cuidado, e de atendimento psicológico para ajudá-la nesse período.
Assim, além de obstetras e pediatras, buscar psicólogos ou psicanalistas especializados em gestantes é essencial para enfrentar esse processo durante a gravidez e no puerpério. Ter com quem compartilhar medos, incertezas e frustrações é importante para evitar ou ajudar a abrandar problemas mais graves como a depressão ou o pânico pós-parto, por exemplo. Todas essas mudanças não são fáceis, e requerem suporte emocional, informativo e instrutivo de um profissional especializado.
A mulher precisa ser lembrada que ela tornou-se mãe, mas que ela não é apenas isso. Ela tem o direito de continuar sendo quem era antes; pode e deve continuar a sua carreira, sentir-se amada, acolhida e segura. E nesse processo, a rede de apoio, ou seja, aquelas pessoas com quem ela pode contar, devem lembrá-la disso. Afinal, não se nasce mãe, torna-se.
–> Caroline Raiser