Taxa básica de juros é utilizada para controlar inflação brasileira, porém muitas vezes o seu conceito não é muito bem compreendido
No mês passado, o COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros de 10,75% para 11,75% ao ano. Essa foi a nona alta consecutiva da Selic, e o Bacen projeta um novo aumento no mês de maio. Mas como isso afeta a economia? Você sabe? Uma pesquisa realizada pelo portal InfoMoney identificou que 99% dos brasileiros não conhecem o conceito de juros compostos, e que mais da metade desses não têm a mínima compreensão do que é a taxa de juros.
Em resumo, a Selic é um índice em que todos os bancos no Brasil se baseiam para cobrar taxas no país. Ela é utilizada em empréstimos realizados entre as instituições financeiras e também em aplicações realizadas pelos mesmos em títulos públicos federais.
Como citado acima, quem determina se essa taxa aumenta ou diminui é o COPOM. Os integrantes se reúnem, normalmente, a cada 45 dias, totalizando 8 encontros por ano.
Economistas explicam que elevar a taxa básica de juros é a alternativa para controlar a inflação. Isso acontece porque os juros aumentam e as pessoas tendem a comprar menos e também diminuir o número de empréstimos realizados por empresas. O resultado final é uma movimentação menor na economia, o que pode diminuir a pressão inflacionária.
Já quando a Selic é reduzida, isso pode fazer com que a economia aqueça. Afinal de contas, os juros sobre os empréstimos são menores, assim como os rendimentos pagos por aplicações financeiras. Assim, as famílias tendem a aumentar o consumo, e as empresas, a investir em produção.
Pode parecer complexo, mas veja um exemplo. Quem deseja financiar um imóvel faz um projeto a longo prazo. Então, as pessoas ficariam, naturalmente, mais receosas em pegar algum crédito com a taxa de juros alta, não é? Pois bem, isso não vai acontecer se a Selic estiver baixa, já que as condições de financiamento ficam mais vantajosas. As transações passam a ser menos arriscadas.
Os próximos passos da economia brasileira estão em alerta. Analistas acreditam que a taxa básica de juros deve finalizar o ano de 2022 em 13%. Com esse aumento, a expectativa é de melhora para os anos seguintes, já que a estimativa fica em 9% para 2023. Isso tudo influencia mais ainda o crescimento econômico. A previsão inicial, para o Brasil, era de 0,50% em 2022. O PIB também sofre. Com o aumento da Selic, o mercado estima que o crescimento do Produto Interno Bruto seja de 1,30% no ano que vem.
— Texto: Caroline Raiser