Apenas 6% dos entrevistados declararam que elementos verdes, como telhado verde ou materiais sustentáveis, não são levados em conta
Os consumidores não estão indiferentes ao meio ambiente na hora de se mudar para um novo endereço. Isso porque, além de avaliar a quantidade de cômodos e localização, 8 de cada 10 consumidores disseram que também levam em consideração recursos sustentáveis.
É o que mostra a nova pesquisa do Capterra, plataforma de comparação de software, focada nas tendências do mercado imobiliário. O levantamento ouviu 1.000 pessoas, entre janeiro e fevereiro de 2022, que compraram ou alugaram um imóvel nos últimos três anos.
Tal resultado acontece ao mesmo tempo em que tramita no Senado a criação do IPTU Verde, que reduz o valor do imposto para quem emprega ações sustentáveis em seus imóveis. Caso o IPTU Verde se torne realidade, pode impulsionar ainda mais a busca por imóveis sustentáveis.
“Pesquisa anterior do Capterra já havia mostrado a preocupação dos consumidores com o meio ambiente na hora de comprar em diferentes categorias; dessa vez, a exigência por sustentabilidade parece se estender também para o mercado imobiliário”, explica Marcela Gava, analista responsável pelo estudo.
Além disso, o Capterra também identificou quais os recursos sustentáveis mais importantes para os consumidores que se preocupam com questões sustentáveis. Eficiência energética, uso inteligente de água e proximidade com transporte público lideram as escolhas.
“Tais categorias podem estar relacionadas a próprios eventos do cotidiano do País, como a frequente preocupação com o racionamento de água ou com o valor do consumo de energia elétrica”, analisa Gava.
Outro ponto importante do estudo é que 71% dos entrevistados declararam que levam muito em consideração riscos ambientais, como enchentes e queimadas, ao se mudar para uma nova casa.
Alguns fatores podem explicar esse número. O Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática, em seu último relatório, alerta que as enchentes estão entre os perigos inevitáveis para os próximos 20 anos como decorrência do aquecimento global, o que pode deixar consumidores mais alarmados.
Além disso, a percepção do aumento da frequência e gravidade de enchentes, que se agravou com situações recentes na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, podem colaborar para acender um alerta na população.
Trâmites imobiliários estão mais digitalizados
O estudo do Capterra mostra que a procura por imóveis começa nos classificados online: 37% dos respondentes consultaram um marketplace imobiliário para dar vazão à sua busca. As agências imobiliárias online (21%) aparecem em segundo lugar entre os canais utilizados.
Em outras etapas do processo, a digitalização também se mantém presente. Isso porque 46% dos consumidores entrevistados assinaram online alguns ou a maioria dos documentos referentes à transação de compra ou aluguel de uma propriedade.
Para 69%, este tipo de assinatura, que é viabilizada através de programas para assinatura digital, tem o mesmo valor de uma firma realizada com caneta e papel.