Além de fornecer nutrientes na medida certa, o uso do equipamento ESF em alojamentos coletivos contribui para reduzir o stress animal e aumentar a reprodução dos leitões
Um manejo adequado que garanta bem-estar animal pode impactar positivamente no aumento da produção de carne. A prática inclui também a alimentação. Estudos indicam que o Sistema Eletrônico de Alimentação (ESF) tem se mostrado uma ferramenta por excelência para lidar com os principais desafios verificados em alojamentos coletivos de suínos.
O equipamento ESF (do inglês, Electronic Sow Feeding) nada mais é do que um comedouro controlado por computador que fornece a ração na quantidade certa para cada animal. No sistema Compident desenvolvido pela austríaca Schauer Agrotronic, por exemplo, o equipamento faz a leitura do chip fixado na orelha do porco para identificar o animal e fornece a quantidade de ração e suplementos programados para sua necessidade, de acordo com peso, idade, condições fisiológicas e comportamento. Com isso, se torna possível evitar problemas na gestação, nutrição correta das fêmeas após o parto, condição corporal ideal e até problemas comportamentais que geram stress.
Monalisa Gomes, country manager para América Latina e Ibéria da Schauer, observa que, com a alimentação correta, é possível manter o peso e massa corporal adequado para cada raça, aproveitando todos os potenciais genéticos da matriz. Além disso, o sistema pode ajudar a tornar o manejo e gestação coletiva das fêmeas mais saudável, já que pode ser programado para fornecer quantidade diferenciada de alimento às fêmeas gestantes, de acordo com seu histórico de partos. “Isso promove a melhora do peso e uniformidade dos leitões e fecundidade”, diz.
O equipamento ESF ainda conta com portas na entrada e saída para impedir que mais de um animal acesse o comedouro simultaneamente, evitando a aglomeração de matrizes e minimizando o risco de caudofagia (mordida na cauda de outros porcos do grupo por disputa de espaço e alimento) e outras lesões causadas por brigas.
A executiva destaca também que estudos no Brasil e na Europa mostram que a alimentação eletrônica aliada a alojamento coletivo, em que os animais podem se movimentar com mais liberdade, também gera maior índice de nascimento de leitões e redução de aborto, nas fêmeas gestantes.
“Porém, como toda ferramenta inteligente, é preciso monitorar constantemente os dados para verificar se o animal está ingerindo de fato toda a ração ou ainda sente fome, se há ataques de entre as matrizes durante o processo de alimentação e/ou se é preciso ajustar a dieta”, aconselha.