A violência obstétrica acontece quando os tratamentos desumanizados durante a gestação são realizados nas mulheres. Procedimentos não autorizados ou desnecessários estão entre as práticas. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na última pesquisa aplicada entre 2011 e 2022, 45% das pacientes da rede pública sofreram esse tipo de agressão. Nos atendimentos particulares, os maus tratos correspondem a 30%. Apesar disso, o assunto é ainda pouco debatido no Brasil. Diante dessa realidade, a UNIASSELVI traz como tema da próxima MasterClass, A Violência Obstétrica na Percepção das Mulheres.
No encontro, que será nesta quarta-feira (23), às 19h, no canal da Instituição no YouTube, a Mestre de Enfermagem em Saúde Materna e Obstétrica Lara Louise Kloch, irá abordar como isso acontece e o que é possível fazer para identificar e prevenir a situação. A temática faz parte das pesquisas realizadas nos dois últimos anos por ocasião da realização do Mestrado de Enfermagem em Saúde Materna e Obstétrica na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em Portugal.
A pauta recentemente ganhou um pouco mais de atenção pelo fato de uma influenciadora digital ter um áudio sobre o seu parto vazado nas redes sociais. Nele, ela descreve uma série de abusos cometidos pelo médico, como xingamentos, exposição da intimidade e tentativa de realização da episiotomia – procedimento cirúrgico que consiste em uma incisão no períneo (região entre o ânus e a vagina).
Exemplos de más atitudes
- Maus tratos;
- Xingamentos;
- Mandar ficar quieta, não se mexer, não expressar dor, não gritar;
- Recusa de admissão em hospital ou maternidade (fere a Lei 11.634/07);
- Proibição da entrada de acompanhante (fere a Lei 11.108/2005);
- Recusa em esclarecer dúvidas da paciente;
- Uso de soro com ocitocina para acelerar trabalho de parto por conveniência médica, quando o trabalho de parto está evoluindo adequadamente (ocasiona processo doloroso de contrações não fisiológicas);
- Toques sucessivos e por várias pessoas;
- Deixar a mulher nua e sem comunicação;
- Raspar os pelos pubianos;
- Lavagens intestinais;
- Impedir a mulher de se alimentar ou ingerir líquido;
- Amarrar as pernas e braços da mulher;
- Afastar mãe e filho após nascimento só por conveniência da instituição de saúde;
- Impedir ou dificultar o aleitamento materno na primeira hora;
- Manobra de Kristeller (o profissional se coloca sobre a mulher e pressiona sua barriga empurrando o bebê pelo canal vaginal);
- Ruptura artificial da bolsa como procedimento de rotina;
- Realização de cesarianas desnecessárias, sem o consentimento da mulher ou apenas por conveniência do médico.
Perfil da convidada
Lara é graduada em Enfermagem pela UNIASSELVI, pós-graduada em Docência em Enfermagem na Unyleya e Mestre de Enfermagem em Saúde Materna e Obstétrica, pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em Portugal. Atualmente, é Professora supervisora de estágio, no Senac, em Blumenau (SC).
Serviço
O que: MasterClass | A Violência Obstétrica na percepção das Mulheres
Quando: 23/3, às 19h
Onde: UNIASSELVI no Youtube
Valor: gratuito
*Com informações de G1, Globo News,Não se cale MS e Saúde Abril
Por Redação UNIASSELVI