31/01/22 13h23
Tarifa de pedágio será calculada em cima dos quilômetros percorridos, a partir de sensores
Automotive Business
Na sexta-feira, 28, o governo de São Paulo publicou o edital de licitação para a construção do trecho Norte do Rodoanel Mário Covas (SP-021). A obra, que estava originalmente prometida para ser entregue em 2014, passou por vários atrasos e está parada desde 2018. O leilão está previsto para 27 de abril de 2022, na sede da B3.
Da última vez que o governador João Doria (PSDB) tocou no assunto, em 2020, a previsão para a conclusão do trecho era 2023. Agora, a data divulgada é 2025, segundo o secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto.
O valor previsto a ser investido é de R$ 3 bilhões, o que inclui a conclusão das obras e a operação do trecho, que tem 44 km e liga São Paulo à rodovia Presidente Dutra, cortando também os municípios de Arujá e Guarulhos. A concessão terá validade de 31 anos.
Via tecnológica
Uma das novidades do edital é que ele prevê o uso do sistema “free flow”, no qual não há praças de pedágio, evitando a necessidade de parada. Em vez disso, a via tem sensores que calculam a distância percorrida por cada veículo, com a tarifa sendo cobrada por cada quilômetro rodado e cobrada posteriormente. O valor da tarifa ainda será definido pelo governo, mas a expectativa é de que seja de R$ 0,14 por quilômetro percorrido.
Outras inovações tecnológicas serão o emprego da metodologia “International Road Assessment Programme” (Programa Internacional de Avaliação de Estradas) e um sistema de gerenciamento de obras que usa o “Building Information Model” (Modelo de Informações de Construção).
Quando as obras, que já custaram R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, estiverem completas, o Rodoanel terá 177 quilômetros de extensão e circundará toda a região metropolitana de São Paulo. Em 2020, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) fez um laudo e descobriu nada menos que 1.291 falhas em sua extensão, sendo 59 consideradas graves, como colunas desalinhadas, infiltrações e erosões em terrenos.
O Trecho Norte é essencial na mobilidade da capital porque irá, em teoria, desafogar as marginais Tietê e Pinheiros. Espera-se que ele absorva um fluxo diário de 65 mil veículos, dos quais 30 mil serão caminhões.